A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta quinta-feira (25/4), a Operação Tarja Preta, para desarticular um esquema de venda ilegal de medicamentos controlados no Paranoá. No centro da investigação está uma farmácia da Quadra 18, onde o proprietário comercializava remédios de uso restrito sem exigência de receita, incluindo Venvanse, Ritalina, anabolizantes e outros produtos de tarja preta.
O flagrante ocorreu após denúncias e monitoramento da Seção de Repressão às Drogas (SRD) da 6ª Delegacia de Polícia. Os investigadores acompanharam o momento em que o dono do estabelecimento retirava caixas do porta-malas de um veículo BMW e as entregava a um cliente com quem havia negociado medicamentos por mensagens de WhatsApp.
Durante a abordagem, os agentes encontraram unidades de Venvanse e Ritalina sendo entregues de forma irregular. O Venvanse (lisdexanfetamina), por exemplo, é um remédio com venda controlada, indicado principalmente para o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), mas tem sido utilizado de forma indevida para aumento de foco, emagrecimento e até uso recreativo, com sérios riscos à saúde.
Na sequência, os policiais realizaram buscas no interior do veículo BMW e na farmácia, encontrando mais de 300 caixas de medicamentos controlados, anabolizantes, receituários tipo A e B já carimbados, um carimbo médico com registro do Distrito Federal (CRM-DF 7131), máquinas de cartão, dinheiro em espécie e um distintivo da Polícia Civil de Minas Gerais.
Entre os remédios apreendidos estão substâncias frequentemente utilizadas sem prescrição, como Rivotril, Venvanse, Ritalina, entre outros. A responsável técnica da farmácia confirmou à polícia que o local não possuía autorização da Vigilância Sanitária para vender qualquer tipo de medicamento sujeito a controle especial.
O autor, que já havia sido preso em 2020 por comercializar Cytotec e por envolvimento na falsificação de atestados médicos, foi novamente preso em flagrante e responderá por tráfico de substância entorpecente, porte para consumo pessoal, e também por falsificação e adulteração de produto medicinal, conforme o Código Penal e a legislação da Anvisa.
Todos os materiais apreendidos foram encaminhados à 6ª Delegacia de Polícia, que dará continuidade às investigações.