Ludmilla é um símbolo de representatividade para mulheres que amam mulheres

Ludmilla tomou conta do palco principal do Coachella neste domingo (14). Ela se tornou a primeira cantora afro-latina a ocupar o espaço. Local este, inclusive, que foi anunciado por nada mais, nada menos que Beyoncé. A norte-americana, que serviu de inspiração para a carreira da brasileira tantas vezes, foi quem lhe apresentou para um dos maiores festivais de música do mundo. “Senhoras e senhores, Ludmilla”.

Lud deu vida para a própria música, “A Preta Venceu”. E leva consigo uma legião de outras pessoas pretas, que veem na figura de uma mulher retinta, saída de um município remoto do Rio de Janeiro, a representação de alguém que conquistou — e vem conquistando — cada vez mais espaço.

Além disso, Lud também se tornou um símbolo de representatividade e esperança para mulheres que amam mulheres. Casada com Brunna Gonçalves, que outrora foi sua bailarina, seu relacionamento é vivido fora das sombras (ou armários). No palco do Coachella, inclusive, Ludmilla dançou com a mulher, se mostrou apaixonada por ela, pediu palmas orgulhosas para a esposa e a beijou. Ali, em cima de um dos principais palcos do mundo, ela protagonizou um dos símbolos mais bonitos do amor.

Se você é uma pessoa heterossexual e está lendo esse texto, talvez um beijo possa significar algo trivial. Mas para quem, como eu, sente na pele as dores de um país conhecido por ser um dos mais violentos para a comunidade LGBTQIA+, ver o nosso amor representado dessa forma é poderoso.

Sem grandes cambalhotas, Ludmilla tem ocupado esse posto de representatividade e esperança. Não apenas para mulheres que se relacionam com mulheres, mas todos os membros da comunidade. E quando digo sem cambalhotas, é porque a cantora vive seu amor como qualquer pessoa vive. Ou pelo menos poderia viver. Lud viaja com a mulher, se declara para ela em redes sociais, não solta sua mão em eventos públicos, demonstra afeto. Coloca a relação delas – e as que ela representa – em um lugar de normalidade.

Mostrar para o mundo que as nossas vivências são normais é um tapa na cara da homofobia. Nós também amamos, sofremos, trabalhamos. E, graças a Ludmilla, também podemos chegar ao topo do mundo.

E aí, o que sobra para o preconceito se eu sou tão normal quanto qualquer pessoa? Resta aceitar que a mulher preta e LGBTQIA+ venceu.

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