Cientistas da Nasa sugerem que rajadas constantes de partículas do Sol estão por trás da criação de moléculas de água na Lua. Especialistas já haviam detectado traços moleculares de água no satélite natural da Terra, porém a origem deles ainda é um mistério. O estudo feito pela agência espacial foi publicado em março na revista científica JGR Planets.
A superfície da Lua já tem oxigênio em suas rochas e poeira, mas pouco hidrogênio, justamente o elemento que faltava para formar água. De acordo com a Nasa, o vento solar o fornece na forma de prótons, que fazem parte dos átomos de hidrogênio.
Como a Lua não tem campo magnético forte, o vento solar a atinge diretamente e, quando os prótons interagem com o solo lunar, formam o hidrogênio necessário para a produção de água.

Para testar a teoria, os pesquisadores da Nasa simularam os efeitos do vento solar atingindo a Lua usando amostras do solo lunar coletadas por astronautas na missão Apollo 17. Eles construíram um acelerador de partículas no vácuo para lançar o vento solar simulado nas amostras por vários dias. Depois do experimento, eles encontraram água onde antes não havia, mostrando que a interação entre o vento solar e o regolito lunar pode mesmo gerar as moléculas.
“O mais interessante aqui é que, com apenas solo lunar e um ingrediente básico do Sol, que está sempre expelindo hidrogênio, há a possibilidade de criar água”, explica o principal autor do estudo e cientista planetário Li Hsia Yeo, do Centro de Voos Espaciais Goddard da Nasa, em comunicado à imprensa.
A resolução do mistério de como a água se forma na Lua é essencial para missões futuras de astronautas, pois o gelo de água armazenado no polo sul lunar pode se tornar um recurso importante. O estudo também pode ajudar a compreender como a água surge em outros planetas e corpos celestes.
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