O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou ao Vaticano para dar o último adeus ao argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, sepultado neste sábado (25/4). O pontífice faleceu na madrugada de segunda-feira (21/4), aos 88 anos, depois um acidente vascular cerebral (AVC) seguido de insuficiência e falência cardíaca.
Durante os doze anos de pontificado de Francisco, ele e o petista mantiveram uma boa relação. Em 2019, quando Lula estava preso em Curitiba (PR), eles se falaram por cartas. “Sigo aqui lutando para provar minha inocência e tenho consciência de que só estou preso porque os poderosos querem destruir toda a rede de proteção e cuidado que construímos para os excluídos”, escreveu o petista, que pediu orações ao pontífice.
Em resposta, Francisco lembrou as “duras perdas” sofridas por Lula para encorajá-lo “a não desanimar e continuar confiando em Deus”. Em um intervalo de dois anos, o petista perdeu a então esposa Marisa Letícia em fevereiro de 2017, o irmão Genivaldo Inácio, em janeiro de 2019, e o neto Arthur, de apenas sete anos, em março de 2019.
Em 2023, em entrevista a canal argentino, o papa afirmou que Lula foi condenado sem provas e que a ex-presidente Dilma Rousseff é “uma mulher de mãos limpas e uma excelente mulher”.
O Brasil foi o primeiro destino internacional de Francisco após se tornar papa, em julho de 2013. O argentino participou da 28ª Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro.
Encontros
Lula e Francisco se encontraram ao menos duas vezes. Em junho de 2023, o papa recebeu Lula e a primeira-dama Janja no Vaticano. Na ocasião, conversaram sobre conflitos internacionais, como a guerra da Ucrânia, iniciativas na luta contra a pobreza e as desigualdades e a proteção do meio ambiente.
Um ano depois, em junho de 2024, se encontraram novamente durante a cúpula do G7, na Itália. O pontífice participou da cúpula com um discurso sobre os impactos do uso da inteligência artificial. Na reunião bilateral entre os dois líderes, eles abordaram temas como a paz mundial e o combate à fome e às desigualdades.
Em fevereiro deste ano, Janja esteve com o papa Francisco durante visita a Roma, como parte de agendas da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Em registro compartilhado nas redes sociais, a primeira-dama contou ter agradecido pelas orações do pontífice pela saúde de Lula, após acidente doméstico sofrido em outubro do ano passado.
Comitiva presidencial
A comitiva do presidente Lula saiu de Brasília (DF) na noite de quinta-feira (24/4) e tem retorno previsto para sábado (26/4). Além de Janja, Lula convidou os presidentes da Câmara dos Deputados, Senado Federal e Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhá-lo. Hugo Motta (Republicanos-PB), Davi Alcolumbre (União-AP) e o ministro Luís Roberto Barroso aceitaram o convite.
A lista de convidados levados pelo presidente inclui ministros de Estado, deputados e senadores.
Veja a lista completa:
- Ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF;
- Embaixador Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores;
- Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública;
- Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar;
- Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos e Cidadania;
- senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal;
- Deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), Presidente da Câmara dos Deputados;
- Senador Renan Calheiros (MDB-AL);
- Senadora Leila Barros (PDT-DF);
- Senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS);
- Deputado federal Luis Tibé (Avante-MG);
- Deputado federal Odair Cunha (PT-MG);
- Deputado federal Padre João (PT-MG);
- Deputado federal Reimont (PT-RJ);
- Deputado federal Luiz Gastão (PSD-CE);
- Deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB-MS);
- Deputado federal Professora Goreth (PDT-AP);
- Embaixador Celso Amorim, assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República.