As Bolsas globais voltaram a registrar resultados positivos nesta semana. A recuperação dos mercados de capitais foi resultado da trégua dada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à guerra comercial e, principalmente, aos ataques contra Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Na segunda-feira (21/4), os índices de Nova York desabaram, depois que o republicano ridicularizou Powell. Em um post na sua rede social “Truth Social”, Trump chamou o presidente do BC dos EUA de “grande perdedor” e de “Sr. Tarde Demais”. Ele também acusou Powell de beneficiar – sempre com a política monetária (que define o patamar dos juros) – o ex-presidente Joe Biden e a ex-vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata à sucessão. Na publicação, o republicano defendia o corte da taxa de juros.
Na ocasião, o mercado reagiu mal, não só pelos ataques, mas por identificar na atitude de Trump uma tentativa de interferência na autonomia do Fed. O órgão, como o BC no Brasil, tem como uma de suas missões conduzir a inflação à meta (de 2% nos EUA), por meio, principalmente, da manipulação da taxa de juros, atualmente fixada no intervalo entre 4,25% e 4,50%. Além disso, o governo americano chegou a cogitar em demitir Powell, embora tal medida não seja de simples execução.
Alta generalizada
Nesse cenário, as Bolsas de Nova York mergulharam no vermelho na segunda-feira (no Brasil, o feriado poupou os investidores da desvalorização). Na sexta-feira, contudo, deu-se a recuperação. O resultado final da semana foi uma valorização de 4,59% do S&P 500 (com as 500 maiores empresas do mundo), além de 2,48% do Dow Jones (que reúne as 30 maiores empresas americanas) e de 6,73% do Nasdaq (que concentra ações de empresas de tecnologia).
No caso da Nasdaq, a forte elevação semanal também veio no embalo da divulgação do balanço de empresas do setor tecnológico. Em especial, da Alphabet, dona do Google, que reportou lucro de US$ 34,5 bilhões no primeiro trimestre de 2025, número 46% maior do que os US$ 23,6 bilhões obtidos no mesmo período de 2024.
Ibovespa
No Brasil, o alívio dado por Trump, tanto nos ataques a Powell como em relação a novas medidas tarifárias, fez com que o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), terminasse a semana com alta acumulada de de 3,93%, aos 134.580 pontos. Esse foi o maior patamar atingido desde setembro de 2024, nível que já havia sido alcançado na quinta-feira (24/4). No mês de abril, o indicador acumula alta de 3,44%. No ano, a elevação é de 12,02%.
O dólar também recuou na semana, registrando queda de 2% em relação ao real, cotado no fechamento de sexta-feira (25/4) a R$ 5,68. Com o resultado, a moeda americana voltou a ficar abaixo de R$ 5,70, onde se encontrava antes do anúncio do tarifaço por parte de Trump, em 2 de abril, chamado pelo republicano de “Dia da Libertação”.