Acusado de matar empresário recupera celular após suposta manipulação

São Paulo — A defesa de Mário Vitorino (em destaque, à esquerda), 24 anos, acusado de matar a facadas o empresário, amigo e cunhado Igor Peretto (em destaque, ao centro), 27 anos, em agosto do ano passado em Praia Grande, no litoral de São Paulo, ganhou na Justiça o direito de recuperar os arquivos de um celular apreendido, após o aparelho ter sido supostamente manipulado pelo irmão da vítima, o vereador Tiago Peretto (União Brasil – em destaque, à direita).

Quando Mário foi preso, em 15 de setembro, foram apreendidos com ele três celulares, dois iPhones 15 Pro Max e um Samsung. Tiago teria usado um desses aparelhos, por meio de um terceiro, para rastrear a localização do acusado, que estava escondido em Torrinha, no interior paulista. Foi o vereador que ajudou a polícia a localizar e prender o então suspeito pelo homicídio.

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Entenda quem é quem no assassinato do empresário Igor Peretto, no litoral de São Paulo

Igor Peretto, Mário Vitorino, Marcelly Delfino Peretto e Rafaela Costa Silva
Igor Peretto e Mario Vitorino conversam no elevador antes da morte de Igor
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Entenda quem é quem no assassinato do empresário Igor Peretto, no litoral de São Paulo. – Imagem: Metrópoles

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Entenda quem é quem no assassinato do empresário Igor Peretto, no litoral de São Paulo

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Igor Peretto, Mário Vitorino, Marcelly Delfino Peretto e Rafaela Costa Silva

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Igor Peretto e Mario Vitorino conversam no elevador antes da morte de Igor

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Tiago chegou a divulgar um vídeo em suas redes sociais afirmando que acessou o conteúdo de um bem apreendido, afirmou a defesa de Mário nos autos. Não foi especificado, no entanto, a qual objeto o vereador se referia.

Os advogados de Mário questionam ainda as provas anexadas no processo. Segundo a equipe de defesa, as capturas de tela presentes nos autos foram extraídas ilegalmente do celular de Mario por Marcelly Peretto e Rafaela, sem autorização judicial.

Marcelly, irmã mais nova de Igor, e Rafaela, viúva da vítima, também são acusadas de participar do crime.

Os aparelhos apreendidos com Mário não passaram por perícia, conforme destacou o Ministério Público de São Paulo (MPSP). A defesa do acusado recusou inicialmente a vistoria, mas voltou atrás e solicitou o exame para comprovar a veracidade dos prints apresentados pelas corrés.

Acesso ao celular apreendido

Em 2 de abril, o MPSP se manifestou a favor de restituir o aparelho de Mário. No último dia 21, o juiz responsável pelo caso, Felipe Esmanhoto Mateo, autorizou a entrega dos dados do aparelho à defesa do acusado.

Conforme os autos, os advogados de Mário não terão acesso ao aparelho, mas aos arquivos nele presentes. Para isso, os defensores foram orientados a apresentar um dispositivo externo de armazenamento, como HD ou SSD, à Polícia Judiciária, para o qual será transferido os dados do celular. A transferência deve ser feita com supervisão da Polícia Civil.

Relembre o crime

  • O empresário Igor Peretto, de 27 anos, foi assassinado no último dia 31 de agosto no apartamento da irmã, Marcelly Marlene Delfino Peretto, em Praia Grande, litoral de São Paulo.
  • Ele foi morto a facadas, desferidas por Mario Vitorino, após supostamente ter descoberto que estava sendo traído pela esposa, Rafaela Costa, apontou o MPSP. Os dois estariam se separando.
  • A mulher teria um caso com Mario Vitorino, amigo e sócio de Igor. Além disso, os dois homens eram cunhados, já que Mario e Marcelly eram casados – também em processo de separação.
  • De acordo com o depoimento de Rafaela à polícia, ela e Marcelly também seriam amantes.
  • Rafaela não estava no apartamento de Marcelly quando Igor foi assassinado. Apesar disso, ela estaria envolvida no crime, já que teria atraído o marido para o apartamento para ser executado, segundo a investigação.
  • Para o MP, Igor foi assassinado pois atrapalhava o triângulo amoroso, hipótese negada pela defesa dos réus.

A manhã do crime

  • De acordo com a cronologia do crime, elaborada pela Polícia Civil, Marcelly e Rafaela chegaram de carro ao Residencial Vogue, onde Marcelly é proprietária de um apartamento, às 4h32 do dia 31 de agosto, madrugada de sábado.
  • Antes disso, elas estavam em uma festa junto de Mario e Igor.
  • Por volta das 5h40, Rafaela saiu sozinha do apartamento de Marcelly e partiu de carro. Apenas 13 segundos depois, Mario e Igor chegam juntos ao prédio.
  • Às 5h44, os dois homens saem do elevador em direção ao apartamento de Marcelly, onde Igor foi assassinado.
  • Vinte minutos depois, às 6h04 do sábado, Mario e Marcelly saem sozinhos pelas escadas do prédio e vão em direção ao subsolo, onde está estacionado o carro de Mario.
  • Os depoimentos dos réus divergem quanto aos detalhes do crime. Apesar disso, a Polícia Civil concluiu que houve uma discussão entre o trio. Em dado momento, Mario desferiu diversos golpes de faca em Igor, que morreu no local.
  • Após o homicídio, o cunhado e a irmã de Igor partiram de carro em direção ao apartamento de Mario. De lá, o casal seguiu para a estrada, tendo encontrado Rafaela aproximadamente às 8h48 no Posto Olá, no km 124 da Rodovia Governador Carvalho Pinto.
  • Uma hora depois, o trio chegou em Campos do Jordão. Marcelly teria pego um carro de aplicativo e retornado para a Praia Grande, enquanto Rafaela e Mario foram a um motel em Pindamonhangaba para que ele trocasse as roupas sujas de sangue.
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Quarto onde Mario e Rafaela ficaram em Pindamonhangaba. - Imagem: Polícia Civil

Suíte 25 do Motel Miami, onde Rafaela e Mario se hospedaram. Imagem: Polícia Civil
Honda HR-V preto de Mario. Imagem: Polícia Civil
Carro de Mario abandonado no centro de Pindamonhangaba. Imagem: Polícia Civil
Manchas de sangue no veículo. Imagem: Polícia Civil
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Motel em que Rafaela Costa da Silva e Mario Vitorino da Silva Neto foram após assassinato de Igor Peretto. Imagem: Polícia Civil

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Quarto onde Mario e Rafaela ficaram em Pindamonhangaba. – Imagem: Polícia Civil

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Suíte 25 do Motel Miami, onde Rafaela e Mario se hospedaram. Imagem: Polícia Civil

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Honda HR-V preto de Mario. Imagem: Polícia Civil

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Carro de Mario abandonado no centro de Pindamonhangaba. Imagem: Polícia Civil

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Manchas de sangue no veículo. Imagem: Polícia Civil

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Prisões

  • Rafaela e Marcelly se apresentaram à polícia e prestaram depoimento no dia 6 de setembro. Mario foi encontrado apenas no dia 15 daquele mês, na cidade de Torrinha, interior de São Paulo.
  • Os três estão presos preventivamente em penitenciárias de São Vicente, no litoral paulista. O trio está sendo acusado de homicídio qualificado.
  • O processo corre no Foro da Praia Grande e o caso é investigado pela Delegacia Seccional de Polícia de Praia Grande.

Audiências

A primeira audiência sobre o caso foi realizada no dia 20 de março, no Fórum da Praia Grande, interrogatório dos réus, depoimento das testemunhas e debate entre as partes.

Uma nova audiência foi marcada para o dia 7 de maio. Na ocasião, mais testemunhas devem prestar depoimento.

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