INSS: dirigentes receberam R$ 17,5 mi e Porsche de suspeitos em fraude

São Paulo — Investigação da Polícia Federal (PF) sobre o bilionário esquema de fraude nos descontos em aposentadorias do INSS aponta que ex-dirigentes do instituto e seus parentes receberam R$ 17,5 milhões em transferências feitas por intermediários das entidades que cobravam mensalidades de forma irregular de aposentados e pensionistas.

No pedido judicial que embasou a Operação Sem Descontos, deflagrada na semana passada contra o esquema que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões de beneficiários do INSS, a PF destaca transações suspeitas envolvendo os ex-diretores André Fidelis (foto em destaque) e Alexandre Guimarães e o procurador-geral do instituto, Virgílio Oliveira Filho, que foi afastado do cargo pela Justiça.

Entre as transações citadas está, ainda, a transferência de um Porsche Taycan, avaliado em mais de R$ 500 mil, do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, para Thaisa Jonasson, esposa de Virgílio Oliveira Filho. A farra dos descontos indevidos do INSS começou a ser revelada pelo Metrópoles em dezembro de 2023, dando origem ao inquérito da PF.


Pagamentos suspeitos a ex-dirigentes do INSS

  • André Fidelis: segundo a PF, o advogado Eric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS, recebeu R$ 5,1 milhões “das empresas intermediárias relacionadas às entidades associativas” acusadas de fraude nos descontos. Ele foi demitido em julho do ano passado, após uma série de reportagens do Metrópoles.
  • Alexandre Guimarães: o ex-diretor de Governança, Planejamento e Inovação do INSS recebeu, diretamente e por meio de sua empresa, R$ 313,2 mil de uma firma do lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, segundo a PF. Ele se aposentou em março de 2023.
  • Virgílio Oliveira Filho: empresas relacionadas ao ex-procurador-geral do INSS e a esposa dele receberam, ao todo, R$ 11,9 milhões de empresas intermediárias das entidades acusadas de fraude contra aposentados, além de um Porsche avaliado em mais de R$ 500 mil que pertencia ao lobista conhecido como “Careca do INSS”. Segundo a PF, o casal ainda teve um acréscimo de patrimônio de R$ 6,3 milhões desde 2020.

O Metrópoles não conseguiu contato com as defesas dos ex-dirigentes do INSS citados pela Polícia Federal. O espaço segue aberto para manifestações.

 

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