O domingo (27) ficou marcado como um dia de heroísmo em uma casa no bairro Novo Aleixo, na Zona Norte de Manaus. O pequeno Benjamin Noah, de 9 anos, se tornou herói ao salvar a vida de sua irmã de 1 ano, que havia se engasgado com um pedaço de batata durante o jantar. O que poderia ter se transformado em uma tragédia foi evitado graças à calma e ao conhecimento de Benjamin, que prontamente aplicou uma técnica de primeiros socorros que aprendeu no Programa Bombeiro Mirim.
Com a mãe e o pai da criança em pânico, Benjamin foi direto ao ponto. “Ele foi nas costinhas dela, fez a manobra e, na hora, ela colocou o pedaço da batata para fora”, relatou a mãe, Luciane Dantas, emocionada. Ela explicou que havia tentado diversas vezes, sem sucesso, bater nas costas da bebê para liberar a via aérea. Quando Benjamin interveio, tudo se resolveu rapidamente. “Deu super certo”, completou Luciane.
Preparação fez toda a diferença
Benjamin é aluno do Programa Bombeiro Mirim, uma iniciativa do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), que oferece formação para crianças de 8 a 13 anos, com conteúdos sobre cidadania, primeiros socorros e prevenção de acidentes. A técnica que Benjamin usou, a manobra de Heimlich, faz parte do currículo de Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE). Para a instrutora Hanna Lopes, que acompanha o programa, o caso de Benjamin é um exemplo do impacto positivo que a formação pode ter na vida das crianças.
“É gratificante saber que o que a gente ensina pode fazer tanta diferença. Ele salvou a vida da irmã e mostrou que estava preparado”, comemorou Hanna. A ação de Benjamin é um exemplo claro de como programas como esse podem salvar vidas e capacitar os jovens para situações de emergência.
Programa Bombeiro Mirim: mais que um curso, uma missão de vida
O Programa Bombeiro Mirim é uma iniciativa do Governo do Amazonas que busca ensinar aos jovens a importância de ajudar o próximo e saber agir em situações de risco. Entre 2022 e 2024, mais de 3 mil alunos participaram da formação, que é oferecida três vezes por semana e dura cerca de oito meses. A iniciativa é fundamental para criar uma cultura de segurança e cidadania entre as crianças e adolescentes.
Para os pais de Benjamin, o alívio ao ver o filho agir com tanta habilidade foi imenso. “Ele estava preparado, não ficou nervoso, muito pelo contrário. Ele teve essa iniciativa e conseguiu fazer com que a irmã retornasse”, disse o pai, Felipe Araújo, visivelmente emocionado. A rápida ação de Benjamin foi um exemplo de como um treinamento pode ser vital em momentos de emergência.