O governo do Brasil aguarda um convite formal para avaliar uma possível visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Ucrânia, na esteira da viagem que ele fará à Rússia no próximo mês. A informação foi confirmada por fontes diplomáticas ao Metrópoles, nesta terça-feira (29/4).
O embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk, esteve com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) em Brasília, nessa segunda-feira (28/4). No encontro, o representante ucraniano sugeriu que Lula visite Kiev, antes de participar da celebração dos 80 anos do Dia da Vitória, em Moscou.
De acordo com representantes brasileiros em Kiev ouvidos pela reportagem, a sugestão de Melnyk será avaliada “caso seja seguida de formalização”, já que as viagens de Lula “não costumam ser planejadas assim, de véspera”. Salvo em raras exceções, como a ida do presidente do Brasil ao funeral do papa Francisco, na Itália.
Até o momento, a diplomacia ucraniana ainda não informou se um convite formal foi realizado.
Visita polêmica
A participação de Lula nas comemorações do Dia da Vitória, em 9 de maio, já provocaram rusgas diplomáticas entre Brasília e Kiev, e acabaram travando uma possível conversa telefônica entre o líder brasileiro e Volodymyr Zelensky.
Na época, o lado ucraniano chegou a falar em “cinismo” por parte do presidente brasileiro. O gesto foi visto pela diplomacia ucraniana como uma forma de “mascarar” um possível posicionamento pró-Kremlin no conflito, tendo em vista a confirmação de que Lula participaria das festividades na Rússia em 8 de maio.
Ao Metrópoles, fontes diplomáticas de ambos os lados confirmaram que o contato não foi realizado em, ao menos, duas tentativas, entre o fim de março e os primeiros dias de abril.
No Vietnã, em 29 de março, Lula afirmou que telefonaria para Zelensky nos dias seguintes à viagem internacional. Até o momento, no entanto, a conversa ainda não aconteceu.
