Às vésperas do Dia do Trabalhador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, no Palácio do Planalto, representantes de centrais sindicais para debater pautas prioritárias da classe. Um dos principais temas abordados foi a revisão de jornadas de trabalho exaustivas, com o fim da escala 6×1 e a redução da carga horária para 40 horas semanais.
De acordo com Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que esteve na reunião, o chefe do Executivo se mostrou “sensibilizado” com a eliminação da escala 6×1 (em que se trabalha seis dias e descansa um). Lula encaminhou a auxiliares a tarefa de estudar como o Executivo pode atuar para avançar com o tema.
“Ele [o presidente] mesmo falou que no mundo todo a jornada é outra, o mundo mudou, a tecnologia, tantas coisas influenciam hoje a vida das pessoas”, descreveu o líder sindical ao Metrópoles.
O grupo também levou ao presidente a preocupação com o aumento da pejotização, além de outras pautas que já estão sendo encaminhadas pelo governo, a exemplo da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, a igualdade salarial entre homens e mulheres e a política de salário mínimo.
Participaram do encontro o vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Luiz Marinho (Trabalho), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), além de lideranças da Central Única de Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e outras entidades.
A reunião faz parte das mobilizações em alusão ao Dia do Trabalho, celebrado em 1º de maio. Pela primeira vez no mandato, o presidente não vai participar do ato das centrais sindicais em São Paulo.
Nesta terça, profissionais de todo o país se reuniram para a Marcha da Classe Trabalhadora, em Brasília. A manifestação buscou chamar a atenção para as demandas como a valorização do serviço público, o fim da escala 6×1 e a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.