Com Selic em quase 15%, investimentos no Tesouro Direto têm recorde

Com a taxa básica de juros da economia, a Selic, a 14,25% ao ano, e com viés de alta, os investimentos no Tesouro Direto somaram R$ 11,69 bilhões em março, maior valor da série histórica. O valor recorde foi divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta quarta-feira (30/4).

Os resgates e vencimentos no período totalizaram R$ 12,43 bilhões, sendo R$ 2,64 bilhões referente às recompras e R$ 9,79 bilhões referente aos vencimentos, resultando em resgate líquido de R$ 742,3 milhões.

As aplicações de até R$ 1 mil representaram 48,9% das operações de investimento no mês, sendo o valor médio por operação de R$ 12.924,37.

O grupo de títulos mais demandado pelos investidores foi justamente o de títulos indexados à taxa Selic (Tesouro Selic), que somou R$ 7,4 bilhões (63,2% das vendas).

Na próxima semana, nos dias 6 e 7 de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) vai se reunir para definir o patamar da Selic. A expectativa da maior parte dos analistas do mercado financeiro é de que haja uma elevação em 50 pontos-base (0,50 ponto percentual), levando a Selic para 14,75% ao ano.

Outros títulos

Os títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+) totalizaram, em vendas, R$ 2,9 bilhões (25,2% do total), enquanto os títulos prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais) totalizaram R$ 1,4 bilhões em vendas (11,6% do total).

O destaque ficou para os novos títulos Tesouro RendA+, com R$ 571,2 milhões em vendas (4,9% do total), e Tesouro Educa+, com R$ 136,5 milhões em vendas (1,2% do total).

Nas recompras (resgates antecipados), predominaram os títulos indexados à taxa Selic, que somaram R$ 1,7 bilhões (65,8%). Os títulos remunerados por índices de preços (Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro IGPM+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+) totalizaram R$ 631,4 milhões (23,9%), e os prefixados, R$ 272,2 milhões (10,3%).

Quanto ao prazo, a maior parcela de vendas se concentrou nos títulos com vencimento entre 1 e 5 anos, que alcançaram 46,7% do total. As aplicações em títulos com vencimento acima de 10 anos representaram 14,6%, enquanto os títulos com vencimento de 5 a 10 anos corresponderam a 38,7% do total.

Estoque

Em março, o estoque do Programa fechou em R$ 165,1 bilhões, um aumento de 0,7% em relação ao mês anterior (R$ 164,0 bilhões) e de 23,9% sobre março de 2024 (R$ 133,3 bilhões).

Os títulos remunerados por índices de preços se mantêm como os mais representativos do estoque, somando R$ 86,3 bilhões, ou 52,3% do total. Na sequência, vêm os títulos indexados à taxa Selic, totalizando R$ 58,2 bilhões (35,2%), e os títulos prefixados, que somaram R$ 20,7 bilhões, com 12,5% do total.

Quanto ao perfil de vencimento dos títulos em estoque, a parcela com vencimento em até 1 ano é de R$ 11,7 bilhões (7,1%) em fins de março. A parcela do estoque vincendo de 1 a 5 anos é de R$ 86,3 bilhões (52,3%) e o montante acima de 5 anos soma R$ 67,0 bilhões (40,6%).

Base de Investidores

No mês, o total de investidores ativos no Tesouro Direto, isto é, aqueles que atualmente estão com saldo em aplicações no Programa, atingiu a marca de 2.947.516 pessoas, uma redução de 78.911 investidores no mês, em função do expressivo vencimento.

Em 12 meses, no entanto, o aumento no número de investidores ativos foi de 15,4%.

Já o número de investidores cadastrados no Programa aumentou em 228.048, atingindo a marca de 31.972.319 pessoas, crescimento de 14,17% em relação a março de 2024.

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