Dormir com o cachorro na cama é uma prática comum entre tutores apaixonados, mas será que ela faz bem? Segundo o veterinário e neuropsicopedagogo Flávio Nunes, essa decisão envolve tanto benefícios quanto riscos — e deve ser avaliada caso a caso.
Segundo o especialista, o contato físico com o animal libera ocitocina, o “hormônio do bem-estar”, e reduz os níveis de cortisol, ligado ao estresse. Para quem vive sozinho ou se sente inseguro, a presença do pet proporciona conforto emocional, sensação de segurança e pode até atuar como apoio terapêutico. O hábito também fortalece o vínculo entre tutor e animal.
Entre os riscos, o veterinário alerta para possíveis alergias respiratórias, provocadas por pelos, saliva ou pele do animal, e para o risco — ainda que baixo em pets saudáveis — de zoonoses (doenças transmitidas de animais para humanos), além de pulgas, carrapatos e vermes.

Outro ponto de atenção é a qualidade do sono. Movimentos, roncos ou saídas noturnas do animal podem atrapalhar o descanso do tutor. E há ainda os riscos comportamentais: dormir na cama pode reforçar a ideia de igualdade entre o cão e o tutor, o que dificulta a imposição de limites e, em alguns casos, estimula comportamentos dominantes ou dependência excessiva.
Ter uma caminha própria para o pet dentro de casa é uma alternativa recomendada. Ela oferece um espaço seguro e confortável ao animal, ajuda a mantê-lo mais tranquilo e diminui a disputa por espaço em sofás e camas.
A decisão é individual
Não existe certo ou errado. Segundo o especialista, o ideal é avaliar a saúde do pet, a higiene, a presença de alergias no tutor e o comportamento do animal. Quando houver dúvidas, vale consultar um veterinário.