A Ucrânia e os Estados Unidos estão prontos para oficializar um acordo estratégico para a exploração de minerais considerados essenciais para a transição energética e a segurança global. A assinatura do documento está prevista para esta quarta-feira (30/4), em Washington, com a presença da ministra de economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko.
O pacto prevê a criação de um fundo conjunto de investimentos voltado à exploração e ao desenvolvimento de jazidas de minerais como lítio, titânio, urânio e grafite. A parceria tem potencial de injetar bilhões de dólares na economia ucraniana, além de garantir aos EUA uma nova fonte de insumos vitais para a indústria tecnológica e militar.
A previsão é de que no início da noite desta quarta, no horário de Kiev, o acordo possa ser assinado.
Bate boca na Casa branca
- Ucrânia e Estados Unidos tentam concretizar o acordo sobre recursos naturais desde janeiro, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, retornou à Casa Branca.
- Na época, a expectativa era que o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, fechasse o acordo durante viagem a Washington em fevereiro, porém, um bate-boca com Trump no Salão Oval mudou o rumo da conversa.
- Zelensky questionou Trump sobre as garantias de segurança, mas, inicialmente, o norte-americano se recusou a oferecê-las à Ucrânia.
- Durante um longo período, Volodymyr seguiu firme na retórica de que não pretendia “vender seu país” aos EUA.
- Diante da discussão, a concretização da assinatura ficou suspensa. O ucraniano deixou Washington sem assinar o acordo de exploração de minerais ucranianos com Trump.
- Em outra ocasião, Donald Trump indicou de US$ 350 a US$ 500 bilhões para ter acesso aos recursos naturais. Zelensky, porém, rejeitou a ideia.
Para Washington, o acordo é de suma estratégia. Com ele, os EUA buscam reduzir sua dependência de minerais vindos da China, que hoje domina grande parte do mercado global dessas matérias-primas. Já para Kiev, o pacto representa um passo na reconstrução do país, devastado pela guerra com a Rússia desde 2022.
O governo da Ucrânia afirma que cerca de 5% das reservas mundiais de minerais críticos estão em território nacional. No entanto, parte significativa — avaliada em até 280 bilhões de libras — permanece sob ocupação russa, o que adiciona um componente geopolítico à disputa por recursos naturais.
Segundo o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, a Ucrânia está pronta para assinar o entendimento, continuar trabalhando com os EUA para concretizar o acordo.