São Paulo – Apontado como um dos principais operadores do esquema de fraude em descontos de aposentadorias, revelado pelo Metrópoles, o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, doou R$ 1 para a campanha de Jair Bolsonaro à Presidência. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o depósito foi feito por meio de transferência eletrônica em 12 de setembro de 2022.
À época, a campanha de Bolsonaro mobilizou apoiadores a fazerem repasses de R$ 1 por Pix. A doação fazia parte de uma estratégia de campanha do então candidato à reeleição a atrelar a criação da nova forma de pagamento ao governo do ex-presidente.
De acordo com a investigação da Polícia Federal, Antonio Carlos Camilo Antunes teria pago propina ao ex-diretor de Benefícios André Fidelis, que autorizava os acordos com as entidades suspeitas, ao ex-diretor de Integridade Alexandre Guimarães e ao ex-procurador-geral do INSS Virgílio Oliveira Filho.
Quem é o “careca do INSS”
- Ex-superintendente de marketing de uma gigante do ramo de planos de saúde, Antonio Carlos Camilo Antunes é um lobista que atua em Brasília e ganhou o apelido de “Careca do INSS” pela influência que tem dentro do órgão federal.
- Ele é suspeito de pagar propina a diretores do INSS para favorecer entidades envolvidas no bilionário esquema de descontos indevidos, fraudando filiações de aposentados.
- Um contrato da empresa de consultoria dele, a Prospect, com uma das entidades investigadas, o Cebap, mostra que o lobista recebia uma comissão de 27,5% sobre cada valor descontado de aposentados pelas associações para as quais atuou.
- Dez meses após assinar o contrato com o “Careca do INSS”, o faturamento do Cebap com os descontos saltou de R$ 574 mil para R$ 9,9 milhões por mês.
- As investigações apontam que Antunes foi sócio de empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas que gastou R$ 11 milhões em imóveis em Brasília e São Paulo no auge da “farra do INSS”.