No último sábado, 26 de abril, o mundo acompanhou a missa de exéquias do Papa Francisco, e o vigário da Paróquia São Luís Gonzaga, padre Rodrigo Tascheck, foi um dos concelebrantes, diretamente do Vaticano. O sacerdote, acompanhado de um grupo de 30 pessoas, estava na Itália em uma peregrinação para a canonização do Beato Carlo Acutis, adiada em decorrência da morte do Santo Padre. O grupo também participou do velório do Pontífice.
Partindo para a Itália no dia 21 de abril, no trajeto foi anunciado o falecimento do Papa. Com isso, houve mudanças no roteiro original. Inicialmente o grupo visitou Assis, cidade de forte ligação com o Beato; passando por Cássia e seguindo para Roma, onde houve a oportunidade de participar do velório do Pontífice.
“Na sexta-feira (25) chegamos em Roma e fomos direto ao Vaticano. A Praça de São Pedro estava lotada com pessoas de todo o mundo. Ali permanecemos na fila por volta de três horas, até chegar diante do corpo do Santo Padre. Durante esse tempo nós rezamos o terço em português e muita gente nos acompanhou na oração. Foi um momento emocionante. Além disso, todo o grupo passou pela Porta Santa, neste Ano Jubilar”, contou padre Rodrigo Tascheck.
O religioso ainda descreve este momento especial. “Na entrada da Basílica de São Pedro encontrei um colega de caminhada, o Frei Angelo, e ele conseguiu que eu acessasse o local mais próximo ao corpo do Pontífice. Foi muito marcante, pude rezar em nome de todos da Paróquia São Luís Gonzaga. Além disso, tive a graça de conhecer o pároco da Basílica, foi uma experiência singular”.
Missa das Exéquias
No sábado (26), padre Rodrigo participou da celebração da Santa Missa das Exéquias de Papa Francisco, juntamente com o Superior Geral da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (SCJ), pe. Carlos Luis Suárez Codorniú, além de outros religiosos dehonianos que moram em Roma.
“Chegamos no Vaticano às 4h da manhã e entramos às 6h, conseguindo um lugar privilegiado para acompanhar a Santa Missa de despedida do Papa Francisco, que iniciou às 10h e terminou às 12h. Em Roma se falou em mais de 350 mil pessoas participando deste momento, seja na Praça de São Pedro ou nas ruas até à Basílica de Santa Maria Maggiore. A celebração foi em Latim, reunindo pessoas de diversas religiões e autoridades mundiais. Estava nas primeiras filas, cerca de 40m do caixão do Papa”, recorda.
Visita à sepultura e participação no Jubileu dos Adolescentes
No domingo, todo o grupo brusquense teve a oportunidade de visitar o túmulo do Santo Padre, na Basílica de Santa Maria Maggiore.
“No nosso roteiro original já tínhamos programado a visita à Basílica, porque lá também tem uma Porta Santa. Então fomos no primeiro dia de visitação. Estava lotado, mas nosso grupo conseguiu entrar e visitar o túmulo, que é muito simples: tem o nome dele, a cruz, e está localizado na lateral da igreja. Saindo de lá, por ser Domingo da Misericórdia, ficamos na praça em frente à igreja e rezamos o terço”, compartilhou.
No mesmo dia, o grupo pode presenciar o Jubileu dos Adolescentes, que reuniu mais de 300 mil jovens de todas as nacionalidades. “Apesar da canonização do Carlo ter sido adiada, toda a programação do Jubileu se manteve e foi muito bonito estar junto destes adolescentes. Foi algo extremamente emocionante, porque víamos tantos jovens cantando e orando, sob as ruínas do antigo Império Romano, que perseguia os católicos, mostrando que a Igreja permanece viva. Foi um grande testemunho para o mundo”.
Padre Rodrigo lembra que apesar da despedida do Santo Padre o clima na cidade era de esperança. “Alegria na certeza da ressurreição, da busca da santidade, de estarmos no caminho certo apesar de nossos erros e fracassos. Uma verdadeira renovação de fé e esperança que o Papa Francisco sempre falava”, pontuou.
O sacerdote ainda relata o encontro com alguns cardeais que participarão do Conclave nos próximos dias. “Pude dizer a eles que estamos rezando para que o Espírito Santo suscite à Igreja um Santo Padre que busque levá-la para o céu. Realmente foram dias abençoados”.
Assis e Cássia
Além dos dias em Roma o grupo também passou pelas cidades de Assis e Cássia, onde viveu momentos de fé e emoção. Em Assis foi possível conhecer a basílica de São Francisco, a igreja da Santa Clara, a catedral de São Rufino, onde está o coração do Beato; e a igreja do despojamento, local onde se encontra o corpo de Carlo Acutis. E em Cássia foi conhecido o mosteiro onde Santa Rita de Cássia viveu.
“Foram três dias de enorme renovação e inesquecíveis para todo o grupo. Tive o privilégio de presidir uma missa ao lado da capela onde está o corpo incorrupto de Santa Rita de Cássia. Também estar diante do coração do Beato Carlo Acutis foi um momento muito forte e emocionante. Estar em lugares por onde passaram São Francisco e Santa Clara foi uma experiência inesquecível”, finalizou padre Rodrigo.
