Doze países do mundo terão, pela primeira vez, cardeais votantes na escolha de um novo papa. A eleição, marcada para 7 de maio, reunirá 132 cardeais com até 80 anos de idade na Capela Sistina, no Vaticano. A nova configuração amplia a variedade de origens entre os eleitores do conclave.
Na lista de países que começam a fazer parte dessa escolha, estão nações de diferentes regiões do mundo, como Haiti, Cabo Verde, Mianmar, República Centro-Africana, Papua Nova Guiné, Malásia, Suécia, Luxemburgo, Ruanda, Timor-Leste, Tonga, Singapura, Paraguai, Sudão do Sul e Sérvia.
Ao todo, 132 cardeais participarão da eleição do 267º pontífice da Igreja, número reduzido dos 135 previstos inicialmente, já que três não estarão presentes. O grupo é formado por cardeais com até 80 anos.
Geopolítica no conclave
A divisão geográfica dos eleitores dá uma ideia da força de cada região na escolha do novo papa. A Europa ainda é o continente com maior número de representantes, com 53 cardeais, seguida pelas Américas com 37 (16 da América do Norte, 4 da América Central e 17 da América do Sul), Ásia, com 23, África, com 18 e Oceania, com 4.
Apesar de manter uma maioria relativa, a influência europeia é cada vez mais equilibrada com o avanço da presença latino-americana, africana e asiática no Colégio Cardinalício.
Entre os votantes, 108 foram nomeados pelo papa Francisco, responsável por ampliar significativamente a representatividade de países fora do eixo tradicional Europa-América do Norte. Outros 22 foram nomeados por Bento XVI e cinco, veteranos de outros conclaves, receberam o título de cardeal durante o pontificado de João Paulo II.
A diversidade entre os eleitores também se expressa em aspectos como idade, origem e filiação religiosa. O cardeal mais jovem é Mikola Bychok, de 45 anos, ucraniano radicado na Austrália, enquanto o mais velho é o espanhol Carlos Osoro Sierra, de 79. O grupo mais numeroso é formado pelos nascidos em 1947, com 13 representantes.
Do ponto de vista espiritual e pastoral, 33 cardeais pertencem a ordens ou congregações religiosas. Os salesianos formam o maior grupo, com cinco membros. Também há representantes dos franciscanos, jesuítas, dominicanos, verbitas, redentoristas, agostinianos, carmelitas descalços, cistercienses, lazaristas, espiritanos, scalabrinianos e missionários.
O conclave
O conclave é a reunião restrita dos cardeais com até 80 anos que tem como missão escolher o novo papa, em caso de morte ou renúncia do pontífice. A reunião ocorre na Capela Sistina, em Roma, e segue normas rígidas de sigilo e isolamento.
Os cardeais que vão escolher o novo pontífice se reúnem no Vaticano no próximo dia 7 de maio, uma quarta-feira. A data marca o fim da Novendiales, período de nove dias de luto pela morte do papa Francisco.
A programação do dia começa às 10h da manhã, com a Missa Pro Eligendo Papa, celebrada na Basílica de São Pedro e presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.
Às 16h30, todos os cardeais eleitores se reúnem na Capela Paulina para uma oração, onde recitam a Ladainha de Todos os Santos. Em seguida, caminham em procissão até a Capela Sistina.
Antes do início das votações, eles cantam o hino Veni Creator Spiritus e fazem um juramento solene: prometem manter segredo sobre tudo o que ocorrer no conclave e se comprometer com os deveres do pontificado, caso sejam escolhidos.
A partir desse momento, o acesso externo é proibido. Celulares são recolhidos, as janelas são trancadas e varreduras são feitas para impedir escutas. Todo o processo segue regras rigorosas, que visam garantir o sigilo e a liberdade de escolha.
A expectativa é de que o novo papa seja conhecido já nos dias 8 ou 9 de maio, mas não há prazo definido. A votação exige maioria de dois terços. Sempre que não há consenso, as cédulas são queimadas e a fumaça preta indica que a escolha ainda não aconteceu.
Quando um nome é aprovado, a fumaça branca sobe pela chaminé da Capela Sistina e os sinos da Basílica de São Pedro tocam. É o anúncio oficial de que a Igreja tem um novo líder: Habemus Papam.