General Motors projeta impacto de US$ 5 bilhões com tarifaço de Trump

A General Motors diminuiu suas estimativas de lucro para este ano, em meio aos efeitos das tarifas comerciais impostas pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a uma série de produtos importados de mais de 180 países.

De acordo com a companhia, uma das gigantes do setor automotivo nos EUA, os impactos do tarifaço de Trump devem chegar a US$ 5 bilhões (cerca de R$ 28,3 bilhões, pela cotação atual).

Nesta quinta-feira (1º/5), a montadora norte-americana anunciou suas novas projeções ajustadas do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na faixa entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões.

Anteriormente, a GM estimava um Ebitda ajustado para este ano entre US$ 13,7 bilhões e US$ 15,7 bilhões.

Recuo de Trump

Na última terça-feira (29/4), Trump anunciou um alívio nas tarifas impostas sobre o setor automotivo. A bordo do Air Force One, o avião oficial da Presidência dos EUA, ele assinou um decreto que estipula, no caso dos automóveis importados, uma pausa nas tarifas separadas sobre alumínio e aço. Assim, o governo norte-americano pretende evirar que múltiplas tarifas se acumulem no setor.

“Agora determinei que, na medida em que essas tarifas se aplicam ao mesmo artigo, elas não devem ter um efeito cumulativo (ou ‘se acumular’ uma sobre a outra) porque a taxa de imposto resultante de tal acúmulo excede o que é necessário para alcançar o objetivo político pretendido”, anotou Trump na ordem executiva divulgada pela Casa Branca.

De acordo com o governo dos EUA, devem ser modificadas as taxas de 25% sobre peças automotivas, que estavam previstas para entrar em vigor no dia 3 de maio. Os fabricantes de automóveis que produzem e vendem veículos nos EUA terão um desconto de até 3,75% do valor de um veículo fabricado no país, segundo informações do Departamento de Comércio.

Esse desconto diminuiria, em 1 ano, para até 2,5% do valor do automóvel e seria eliminado no ano seguinte – em uma tentativa de manter a fabricação doméstica. A medida seria válida para veículos produzidos após o dia 3 de abril.

Na semana passada, diversos grupos do setor apelaram a Trump para que houvesse uma redução das taxas de 25% sobre peças automotivas importadas, alegando que isso levaria a uma diminuição das vendas de veículos e à alta dos preços.

Diálogo entre GM e governo

Em carta endereçada aos acionistas da GM, a CEO da companhia, Mary Barra, afirmou que a empresa espera manter um canal forte de comunicação com o governo dos EUA, tratando de questões relacionadas à indústria automotiva, ao comércio e a políticas para o setor.

“Como vocês sabem, há discussões em andamento com os principais parceiros comerciais que também podem ter um impacto. Continuaremos a ser ágeis e disciplinados e os atualizaremos assim que soubermos mais”, escreveu a CEO.

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