Faltam enfermeiros e auxiliares, anestesistas, unidades intermediárias para atender politraumatizados e até material básico de cirurgias – de antibióticos a escovas para lavar as mãos no pré-operatório.
Pinças e micro tesouras muitas vezes são trazidos de casa pelos próprios médicos. Frequentemente, procedimentos cirúrgicos são interrompidos para a esterilização de bandejas.
No pronto-socorro, a situação se agravou depois que os equipamentos de tomografia computadorizada e de ressonância magnética quebraram.
Você acha que o quadro descrito acima é de algum hospital do Rio de Janeiro? Não é. É o quadro do principal hospital de Brasília, o chamado Hospital de Base, que fica a menos de dois quilômetros do prédio do Ministério da Saúde.
Os médicos que trabalham lá deram um prazo de 10 dias para que a Secretaria de Saúde resolva a situação – caso contrário ameaçam suspender as cirurgias eletivas (não-emergenciais) por tempo indeterminado.
Hoje, segundo informa o Jornal do Brasil, mais de 500 pacientes aguardam a vez na fila. Por que o Ministério da Saúde não faz em Brasília o que fez no Rio? No Rio, não poderia ter feito – e fez. Em Brasília, pode fazer – e não faz.
É fato que o Rio é governado por um adversário do governo Lula – o prefeito César Maia. E é fato também que o governo Lula espera contar com o apoio do governador Joaquim Roriz (PMDB) para ganhar mais 4 anos.
Quanto à população…
Bem, que ela levante o traseiro da cadeira.
(Publicado aqui em 2 de maio de 2005)