As duas maiores potências econômicas do mundo, finalmente, devem dar o primeiro passo de uma negociação sobre as tarifas comerciais impostas de parte a parte. É o que indicou o governo da China nesta sexta-feira (2/5), abrindo espaço, pela primeira vez, para um possível acordo com os Estados Unidos em meio à guerra comercial entre os dois países.
Segundo um comunicado divulgado pelo Ministério do Comércio chinês, o governo do presidente norte-americano Donald Trump “tomou recentemente a iniciativa de transmitir mensagens ao lado chinês por meio de canais relevantes”.
A partir de agora, Pequim informou que pretende dar andamento a conversas diretas com Washington, com o objetivo de diminuir as taxas impostas sobre produtos importados entre os países.
O que diz Pequim
De acordo com o governo da China, os EUA manifestaram “vontade de negociar sobre a questão tarifária”.
Entretanto, diz Pequim, é necessário que as autoridades norte-americanas demonstrem “sua sinceridade nas negociações, estando preparados para agir em questões como corrigir suas práticas erradas e suspender tarifas unilaterais”.
Antes do comunicado oficial do governo chinês, a informação sobre o início das negociações entre EUA e China havia sido divulgada por contas ligadas ao regime nas redes sociais.
Segundo a rede oficial CCTV, “não há necessidade de a China negociar antes que os EUA façam movimentos substantivos, mas, se quiserem se envolver com a China, não há danos nesse estágio, e o lado chinês precisa observar e até mesmo forçar as verdadeiras intenções dos EUA”.
O Ministério do Comércio da China afirmou ainda que “falar uma coisa e fazer outra ou usar as negociações para tentar coerção ou extorsão não funcionará com a China”.
Pequim disse ainda que, caso os EUA não estejam verdadeiramente abertos a uma negociação com os chineses, “isso vai mostrar sua total falta de sinceridade e solapar ainda mais a confiança mútua”.
Guerra tarifária
Atualmente, produtos chineses importados pelos EUA estão sendo taxados pelo governo Trump em até 145%, em alguns casos. Trata-se da soma das tarifas de 125% anunciadas pelo presidente norte-americano no mês passado e de taxas de 20% aplicadas no início do ano.
Em retaliação, a China impôs tarifas de 125% sobre os produtos dos EUA.