Medula espinhal pode aprender e lembrar sem ajuda do cérebro

O RIKEN Center for Brain Science (CBS), do Japão, descobriu que a medula espinhal pode aprender e lembrar informações de maneira independente — ou seja, sem a ajuda do cérebro. Os detalhes desses novos dados científicos foram divulgados por meio da revista Science

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Até então, a ciência presumia que o papel da medula espinhal no controle motor dependia diretamente dos comandos do cérebro, mas com o experimento responsável por mudar esse conceito, a equipe interdisciplinar conseguiu submeter roedores a estímulos elétricos para que a medula espinhal recordasse os movimentos das pernas sem intervenção cerebral.

Aconteceu da seguinte maneira: se a perna do roedor caísse e não se sustentasse, os cientistas davam choque. Depois de apenas dez minutos dessa configuração, os ratos corrigiram a posição das pernas para evitar esse estímulo. Mesmo no dia seguinte, os ratos mantiveram as posições das pernas.


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Também foi descoberto que a desativação dos neurônios na parte superior da medula espinhal prejudicou a capacidade dos ratos de adaptar os seus movimentos, de modo que passaram a não conseguir evitar os choques elétricos com eficácia.

Neurônios e medula espinhal

Silenciar determinados neurônios um dia após a adaptação inicial tornou a medula espinhal incapaz de recordar o que foi aprendido, apagando efetivamente a “memória”.

No entanto, ao estimular neurônios que expressam um gene chamado En1 não só trouxe de volta o comportamento aprendido, mas também aumentou a velocidade de resposta em 80%.

“A aprendizagem motora requer a aquisição e retenção de habilidades obtidas através da prática e repetição. Os circuitos e populações de células da medula espinhal envolvidas nas diferentes etapas da aprendizagem motora não foram totalmente elucidados. Identificamos uma população de interneurônios na medula espinhal necessários para a aquisição do aprendizado motor”, esclarece o resumo do estudo.

Medula espinhal pode aprender de forma independente, sem ajuda do cérebro (Imagem: CHUTTERSNAP)

Os autores terminam o estudo dizendo que “os resultados destacam a contribuição dos circuitos da medula espinhal na aprendizagem motora e na memória”.

Os cientistas japoneses reconhecem, então, que essa descoberta da medula espinhal e sua capacidade de aprender e lembrar movimentos sem a ajuda do cérebro pode contribuir muito: “O direcionamento desses circuitos pode ter valor terapêutico durante a reabilitação motora”, concluem.

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