Uma investigação da Polícia Civil do Espírito Santo desmantelou um esquema amplo de falsificação e venda ilegal de documentos públicos e particulares, incluindo certificados religiosos como o da Crisma. Batizada de Operação Falsarius, a ação chegou à sua quinta fase na quarta-feira (30), com o cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão.
Entre os materiais apreendidos estão receitas médicas especiais, diplomas escolares falsificados, carimbos irregulares, laudos psiquiátricos adulterados e certificados religiosos, negociados por valores simbólicos e utilizados até para despesas pessoais dos falsificadores.
O comércio clandestino, segundo apurou a polícia, envolvia quatro grupos criminosos distintos operando de forma independente. As negociações eram feitas principalmente através de mensagens por celular. Documentos falsos eram usados para obter medicamentos controlados em farmácias públicas, que posteriormente eram revendidos ilegalmente.
A falsificação também atingiu diretamente instituições religiosas, com a descoberta de certificados de Crisma falsos. Esses documentos eram negociados livremente pelos criminosos por quantias irrisórias, chegando até a R$ 25.
Uma servidora pública da Secretaria de Educação da Prefeitura de Vitória foi flagrada durante as investigações, utilizando seu cargo para facilitar a emissão irregular de documentos falsificados. Em gravações obtidas pela polícia, ela descreve maneiras de driblar suspeitas internas para produzir documentos falsos com aparência legítima.
A Polícia Civil já identificou pelo menos 30 envolvidos diretamente nas falsificações e negociações, e alerta que futuras fases da operação podem resultar em prisões.
As investigações tiveram início no final de 2023 após a apresentação de documentos suspeitos em processos seletivos na Grande Vitória e continuam em andamento com o objetivo de identificar todos os envolvidos no esquema ilegal.
