Uma ala do PDT na Câmara dos Deputados avalia que “será difícil” o partido seguir na base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deixar o cargo. A sigla tem 17 deputados e 3 senadores.
A saída de Lupi é dada como certa por aliados depois do seu desgaste em decorrência do escândalo que envolve fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com descontos indevidos de aposentados.
O INSS é subordinado à pasta coordenada por Lupi. O ministro não é citado em nenhum momento no inquérito do caso, mas, nos últimos dias, reconheceu que estava ciente de que haviam denúncias de irregularidades.
O esquema no INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023, que levaram à instauração de inquérito pela PF para investigar as cobranças feitas por entidades registradas em nome de laranjas.
Na Câmara, deputados dizem que não está sendo discutido dentro do PDT um novo nome para o Ministério da Previdência.
Pesquisa AtlasIntel divulgada na quinta-feira (1º/5) mostra que 85,3% dos brasileiros defendem que Lula demita o ministro. No entanto, é esperado que Lupi peça para sair depois do desgaste que o caso trouxe para dentro da pasta.
Como mostrou o Metrópoles na coluna do Igor Gadelha, a avaliação de aliados do ministro no PDT é de que ele vem passando por um processo de fritura dentro do governo nos últimos dias e que “não há mais o que se fazer”.
Para esses aliados, a decisão de Lupi de deixar o governo foi tomada após Lula nomear Gilberto Waller Júnior como presidente do INSS sem consultar o ministro. O episódio seria uma espécie de exemplo de como o chefe da Previdência está desgastado na gestão petista.