O ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão nesta sexta-feira (2), dias após a Operação Sem Desconto revelar um esquema de descontos ilegais em benefícios do INSS. Embora não tenha sido citado nas investigações, Lupi enfrentava pressão política para deixar o cargo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou o secretário-executivo da pasta, Wolney Queiroz, para assumir o ministério. A mudança visa conter a crise e preservar a base aliada no Congresso.
Fraudes no INSS e impacto político
A Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU), investigou descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas vinculados a associações de classe com acordos com o INSS. O esquema, iniciado em 2019, pode ter afetado cerca de 5 milhões de pessoas.
A operação resultou na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de outros seis servidores. Foram instaurados 207 inquéritos policiais, com 192 mandados de prisão e 701 de busca e apreensão.
Pressão por CPI e saída de Lupi
Na quarta-feira (30), deputados da oposição protocolaram pedido para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes no INSS. O requerimento, assinado por 185 parlamentares, aguarda decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Fontes afirmam que a saída de Lupi faz parte de um acordo para blindar o governo e manter o PDT, partido do ministro licenciado, na base aliada. Parlamentares do partido ameaçavam deixar a base caso Lupi fosse demitido.
Novo comando na Previdência
Com a saída de Lupi, o presidente Lula indicou Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta, para assumir o ministério. A nomeação visa garantir continuidade nas ações e reforçar a confiança na gestão da Previdência.
Ressarcimento às vítimas
Nesta sexta-feira, o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, reuniu-se com o advogado-geral da União, Jorge Messias, para discutir formas de ressarcir os aposentados e pensionistas prejudicados pelas fraudes. O objetivo é reparar os danos e restaurar a confiança no sistema previdenciário.
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