Setor de Inflamáveis: GDF faz ação de remoção de famílias e derrubada

Cerca de 46 famílias que vivem há mais de 30 anos no Setor de Chácaras Lucio Costa (SCLC) – no Setor de Inflamáveis, a cerca de 3 km da Estrada Parque Taguatinga (EPTG) – podem ficar sem moradia a qualquer momento, devido a uma ação de desobstrução que ocorre na região, nesta segunda-feira (5/5). A justificativa das autoridades é de que o local se trata de terreno público ocupado de forma irregular.

Pela manhã, equipes das forças de segurança pública e da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal) chegaram ao SCLC, preparadas para iniciar derrubadas na área. No entanto, moradores da área ouvidos pela reportagem reclamam de terem sido notificados recentemente sobre a possível remoção e de não terem sido inscritos em programas habitacionais pelo Executivo local.

Veja imagens do local:

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Em protesto contra a ação do poder público, a população montou uma barricada e ateou fogo a ela, na tentativa de dificultar a entrada dos policiais na área. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) teve de intervir, para evitar que as chamas se alastrassem pelo Setor de Inflamáveis.

Na região, onde há cerca de 180 crianças, moram famílias de catadores de materiais recicláveis, principalmente. Apesar dos anos de permanência no Setor de Chácaras Lucio Costa, a ocupação não entrou em processo de regularização, o que fez a comunidade exigir uma solução judicial.

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A Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do Distrito Federal, porém, alertou para o fato de a área ficar perto de uma zona de produtos inflamáveis, o que poderia causar uma tragédia. Em setembro de 2024, o órgão fez um levantamento sobre o local e emitiu 40 termos de Notificação e Orientação aos ocupantes, para que deixassem a região, devido ao risco de desastres com produtos perigosos.

Em março último, a DF Legal distribuiu 33 intimações para demolição de estruturas precárias presentes no SCLC. Moradora da região desde 2008 anos, a catadora de recicláveis Jaqueline Soares, 30, diz que as informações têm sido conflitantes. “Estamos aguardando posicionamento. Eles [os órgãos públicos] sempre vem com a justificativa de que vão levar nos para um abrigo. Mas isso não acontece”, ressalta.

Nessa manhã, com a chegada das forças de segurança, os moradores montaram barricadas, na tentativa de impedir as derrubadas. Também catadora de recicláveis, Raniely da Silva, 22, afirma que os ocupantes só foram notificados uma vez sobre a remoção.

“Deram um termo para a gente assinar, falando que era um benefício do governo. Em janeiro, recebemos notificação, com 10 dias para sair do local. Mas o combinado era sair daqui só com nossa moradia. O sentimento é de tristeza. Nós não somos animais”, completa.

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