Cientistas europeus acompanharam em grande estilo a reentrada atmosférica de um dos satélites Salsa, da Agência Espacial Europeia (ESA). Para isso, eles embarcaram em uma aeronave equipada com 26 câmeras, que capturaram o mergulho da espaçonave pela atmosfera em diferentes comprimentos de onda da luz. Desta forma, eles podem entender melhor como a poluição causada por satélites afeta a atmosfera do nosso planeta.
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Demorou menos de 50 segundos para o satélite acabar queimado sobre o Pacífico. Como o fenômeno ocorreu durante o dia, os cientistas tiveram dificuldades para observar o processo com instrumentos mais poderosos, que proporcionariam maior riqueza de detalhes. “O evento foi bem fraco, mais fraco do que esperávamos”, comentou Stefan Löhle, pesquisador da Universidade de Stuttgart, na Alemanha.

O primeiro rompimento do satélite aconteceu a cerca de 80 km de altitude; ali, os pesquisadores conseguiram monitorar a fragmentação por aproximadamente 25 segundos, e perderam o rastro dos detritos a cerca de 40 km de altitude. Depois, eles usaram filtros de diferentes cores para identificar os compostos químicos liberados durante a queima, que revelam pistas importantes sobre a poluição causada pelo processo.
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Poluição causada por satélites?
Segundo Löhle, eles detectaram lítio, potássio e alumínio, mas ainda não sabem exatamente a proporção de compostos que se torna poluição atmosférica de longo prazo e nem o quanto dela cai na Terra como precipitação. Por outro lado, os dados obtidos sugerem que os tanques de combustível do Salsa podem ter resistido à reentrada, e que provavelmente acabaram no oceano.
“No momento, os pesquisadores que modelam esses eventos não sabem realmente o que acontece durante a fragmentação do satélite”, acrescentou Löhle. “Essa é a primeira coisa que precisamos responder. Queremos ter certeza de que nada vai cair na cabeça das pessoas. Depois, precisamos descobrir o quanto esse material é prejudicial para a atmosfera da Terra”, finalizou.
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