Quem será o novo papa? Lista secreta com nomes “favoritos” agita bastidores do Vaticano

O conclave que escolherá o próximo papa da Igreja Católica terá início na próxima quarta-feira (7), reunindo 133 cardeais com menos de 80 anos. A expectativa para a eleição é grande, e entre os favoritos para assumir o cargo estão cardeais de diversas partes do mundo, com perfis variados, representando tanto a continuidade do legado progressista do papa Francisco quanto a busca por uma linha mais conservadora. Os cardeais que participarão do conclave receberam um dossiê confidencial contendo 20 nomes de possíveis candidatos ao papado. Segundo revelou ao Estadão um dos cardeais eleitores — que preferiu não se identificar — o documento teria como objetivo influenciar os votos e direcionar a escolha do próximo pontífice.

Após a morte de Francisco em 21 de abril, aos 88 anos, a Igreja Católica vive um período de Sé Vacante (sem um papa), com o mundo inteiro aguardando os rumos da instituição após o pontificado de um dos papas mais revolucionários da história recente. Durante seu papado, Francisco foi conhecido por promover reformas significativas, se aproximar das minorias e adotar uma postura voltada para os pobres e marginalizados.

A seguir, confira os principais nomes cotados para o cargo, que trazem consigo uma diversidade de visões sobre a Igreja e o papel do catolicismo no mundo moderno.

1. Jean-Marc Aveline (França)

Jean-Marc Aveline, 66 anos, arcebispo de Marselha, é visto como um candidato que compartilha muitos dos valores e visões do papa Francisco, especialmente em temas como imigração e relações com o mundo muçulmano. Aveline é um intelectual com doutorado em teologia e graduação em filosofia. Se eleito, seria o primeiro papa francês desde o século 14. Seu perfil simples e descontraído, somado à sua atuação progressista, o coloca como uma figura próxima ao legado de Francisco.

2. Péter Erdő (Hungria)

Com 72 anos, Péter Erdő é considerado um cardeal de perfil conservador. Ele se destaca por ser um defensor das raízes cristãs da Europa e por sua visão de uma Igreja mais voltada à nova evangelização, especialmente em países europeus secularizados. Apesar de suas visões mais tradicionais, Erdő manteve um bom relacionamento com Francisco, adaptando-se às necessidades do momento e evitando conflitos abertos. Seu trabalho em direito canônico e sua trajetória na Igreja o colocam como uma figura forte no conclave.

3. Mario Grech (Malta)

Mario Grech, 68 anos, é visto como um exemplo de adaptação às reformas de Francisco. Inicialmente mais conservador, Grech evoluiu para se tornar um defensor das políticas progressistas de Francisco, especialmente em relação à inclusão de LGBTQIA+ e a abordagens mais modernas sobre as famílias. Ele foi nomeado secretário-geral do Sínodo dos Bispos por Francisco, o que lhe conferiu maior visibilidade. A sua experiência e sua capacidade de mediação o tornam um nome relevante para a Igreja no momento da transição papal.

4. Juan José Omella (Espanha)

O cardeal Juan José Omella, 79 anos, arcebispo de Barcelona, é um defensor da justiça social e tem um histórico de trabalhar em prol dos mais pobres. Omella é admirado por sua postura modesta e por seu compromisso com as causas sociais. Sua visão inclusiva do catolicismo e sua proximidade com os mais necessitados refletem os valores de Francisco. Seu trabalho ao longo de sua carreira o coloca como uma opção que pode manter o rumo de abertura e reforma da Igreja.

5. Pietro Parolin (Itália)

Pietro Parolin, 70 anos, atual secretário de Estado do Vaticano, é visto como um dos favoritos, especialmente devido à sua longa trajetória diplomática dentro da Igreja. Parolin tem sido fundamental em iniciativas como a reaproximação do Vaticano com a China e o Vietnã, além de sua habilidade em lidar com questões políticas internacionais. Embora tenha um perfil mais moderado, Parolin é uma figura chave na estrutura do Vaticano e poderia ser visto como uma continuidade das políticas de Francisco.

6. Luis Antonio Gokim Tagle (Filipinas)

O cardeal filipino, 67 anos, é um dos principais representantes da Igreja Católica na Ásia. Tagle, apelidado de “Francisco Asiático”, compartilha com o papa a visão de uma Igreja voltada para os pobres e marginalizados. Sua experiência como arcebispo de Manila e seu trabalho no Dicastério para a Evangelização o colocam como uma opção forte para o pontificado, sendo também o primeiro papa da Ásia, caso seja eleito.

7. Joseph Tobin (Estados Unidos)

O cardeal Joseph Tobin, 73 anos, arcebispo de Newark, é conhecido por sua postura progressista em relação aos direitos LGBTQIA+ e por sua liderança firme durante o escândalo envolvendo o cardeal Theodore McCarrick. Tobin, que se opôs a algumas políticas de Donald Trump, também é admirado por sua capacidade de lidar com crises e por sua postura aberta em relação a diversas questões sociais. Sua eleição seria histórica, já que ele se tornaria o primeiro papa dos Estados Unidos.

8. Leonardo Ulrich Steiner (Brasil)

Leonardo Steiner, 74 anos, arcebispo de Manaus, foi criado cardeal por Francisco em 2022. Steiner é um defensor da Amazônia e da educação religiosa, e seu trabalho em prol da inclusão e da justiça social faz dele uma figura respeitada dentro da Igreja. Sua eleição poderia representar uma mudança significativa, com um foco maior nas questões ambientais e sociais que afetam a região amazônica.

9. Peter Turkson (Gana)

O cardeal ganês Peter Turkson, 76 anos, é uma das figuras mais importantes da Igreja Católica na África. Ele tem uma carreira marcada por sua luta contra as mudanças climáticas e por sua defesa dos direitos humanos e da paz mundial. Sua experiência como presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz e sua abordagem pragmática das questões sociais o tornaram um líder influente dentro da Igreja. Caso eleito, Turkson seria o primeiro papa da África Subsaariana.

10. Matteo Maria Zuppi (Itália)

Matteo Zuppi, 69 anos, arcebispo de Bolonha, é uma figura próxima ao estilo de Francisco, sendo frequentemente descrito como o “Bergoglio italiano” devido à sua ênfase em questões sociais e de inclusão. Seu trabalho com migrantes e pobres e sua postura acessível o colocam como um forte candidato para dar continuidade ao legado de Francisco.

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