Ex-ministro da Justiça acusado de participar de uma suposta tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República, Anderson Torres indicou como testemunhas de defesa o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado distrital Hermeto (MDB), entre outras pessoas.
Ibaneis chegou a ser investigado e ficou afastado do cargo de governador por 64 dias, mas a apuração em relação ao emedebista foi arquivada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontar ausência de crime. Ibaneis disse que é testemunha de outros réus e falará “com tranquilidade” nos processos. “Não tenho nada a esconder”, declarou.
Anderson Torres é acusado de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.
À época dos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, Anderson Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele estava nos EUA no dia da invasão à sede dos Três Poderes.
Segundo a denúncia da PGR aceita pelo STF, Anderson Torres participou de reuniões com teor golpista, além de ter conhecimento da “minuta do golpe”. No documento, a PGR disse que Torres e outros servidores “fizeram uma escolha consciente por agir em prol da ruptura institucional”.
Documento da defesa do ex-ministro apresentado ao STF, nessa segunda-feira (5/5), diz que oito testemunhas, incluindo Ibaneis, “demonstrarão que o réu atuou com zelo no desempenho de suas funções, ao passo que, no momento de seu embarque para os EUA, não possuía informações concretas que contraindicassem sua viagem”.
Quem são as testemunhas indicadas por Anderson Torres para responder à acusação de deterioração do patrimônio público, por omissão:
- Delegado da Polícia Federal Marcos Paulo Cardoso Coelho da Silva;
- General Gustavo Henrique Dutra;
- Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social do DF;
- Coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Cíntia Queiroz de Castro;
- Tenente-coronel da PMDF Rosivan Correia de Souza;
- Coronel da PMDF Jorge Henrique da Silva Pinto.
- Ibaneis Rocha, governador do DF;
- Saulo Moura da Cunha, oficial de Inteligência da Abin.
Em relação à acusação de que contribuiu para a deterioração do patrimônio tombado, por omissão e em concurso de pessoas, o ex-ministro indicou no rol de testemunhas oito pessoas, incluindo o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o senador Ciro Nogueira. São elas:
- Antônio Ramirez Lorenzo, brigadeiro da Aeronáutica, que trabalhou com Anderson Torres;
- Delegado da Polícia Federal Marcos Paulo Cardoso Coelho da Silva;
- Saulo Luis Bastos;
- Senador Ciro Nogueira;
- Deputado distrital Hermeto;
- Presidente do PL, Valdemar da Costa Neto;
- Márcio Phyrro;
- Delegado da Polícia Civil do DF Alberto Machado.
Anderson Torres também arrolou outras testemunhas para responder à acusação sobre os outros crimes.