À frente da articulação política do Palácio do Planalto, a ministra Gleisi Hoffmann procurou lideranças do PDT na terça-feira (6/5), após o partido anunciar ter desembarcado da base do governo Lula na Câmara.
Segundo apurou a coluna, Gleisi ligou para o líder do PDT na Casa, Mário Heringer (MG). O pedetista, entretanto, não atendeu a ligação de primeira, mas depois conversou com a ministra por mensagem de texto.
Gleisi fez um apelo a Heringer para que a bancada reveja a decisão de desembarcar da base e de atuar de forma “independente” na Câmara. A ministra e o líder devem conversar pessoalmente em breve.
Apesar da articulação de Gleisi, lideranças do PT a minimizaram a decisão do PDT de desembarcar da base, após o escândalo da “farra do INSS” que provocou a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência.
Na visão de caciques petistas ouvidos pela coluna, a “independência” da bancada do PDT, anunciada após reunião na casa do líder do partido na Casa, Mário Heringer (PDT-MG), “não muda nada” para o governo.
Petistas argumentam que, além de o PDT ter apenas 17 deputados federais, a tendência é que a legenda continue votando com o governo Lula nas pautas que realmente importam.
No anúncio da saída da base, o próprio líder do PDT avisou que não era um “rompimento total”, mas, sim, uma declaração de “independência” após a saída de Lupi do Ministério da Previdência Social.
Críticas a Lula e Wolney
A decisão do PDT de desembarcar da base de Lula foi tomada em reunião na casa do líder do partido na Câmara, na manhã da terça. O encontro contou com a presença de todos os 17 deputados da sigla.
Na reunião, Lupi evitou falar sobre a crise do INSS, que estourou após série de reportagens do Metrópoles. Houve críticas, porém, a condução política do Palácio do Planalto em relação ao caso.
Os parlamentares do partido também criticaram o fato de o novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz (PDT), ter aceitado o convite para suceder Lupi na pasta sem antes de comunicar a bancada.