Rio de Janeiro – O Comando Vermelho assumiu o controle da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio, há cerca de um ano, após expulsar milicianos em uma disputa armada. Desde então, comerciantes locais enfrentam extorsões mensais de até R$ 10 mil. As informações são de O Globo.
Além das cobranças, um restaurante da comunidade é forçado a fornecer 70 quentinhas diárias para traficantes. A facção também proibiu a circulação de aplicativos de transporte, afetando a mobilidade dos moradores.
Extorsão e imposições na comunidade
Desde a tomada da Gardênia Azul pelo Comando Vermelho, comerciantes locais enfrentam extorsões mensais de até R$ 10 mil. Um restaurante é obrigado a fornecer 70 quentinhas diárias para traficantes.
A facção também proibiu a circulação de aplicativos de transporte, afetando a mobilidade dos moradores.
Lideranças e estratégias do Comando Vermelho
A Gardênia Azul serve como base estratégica para o Comando Vermelho em investidas contra Rio das Pedras, reduto tradicional da milícia. Os principais nomes por trás das operações na comunidade são:
- Juan Breno Malta Rodrigues, conhecido como BMW: ex-miliciano que migrou para o tráfico, lidera o esquema de extorsão e a “Equipe Sombra”, grupo responsável por execuções de rivais.
- Carlos da Costa Neves, o Gadernal: supervisiona as atividades criminosas na Gardênia Azul.
- Edgar Alves de Andrade, o Doca: figura de destaque na cúpula do Comando Vermelho, ordenou a expansão do domínio do tráfico na área.
A “Equipe Sombra” é apontada como responsável por execuções, incluindo o assassinato do policial Anderson Gonçalves de Oliveira, o Andinho, em fevereiro de 2023, e uma chacina em outubro de 2023 na Barra da Tijuca, onde três médicos foram mortos por engano.
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Impacto na economia local
A atuação do tráfico afeta diretamente o cotidiano da população. O preço do botijão de gás, por exemplo, varia entre R$ 110 e R$ 128 dentro da comunidade, acima da média de R$ 97,43 registrada na cidade, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Além disso, a facção proibiu a abertura de mais de cem quiosques construídos pela prefeitura e repassados a comerciantes que se recusaram a pagar a taxa ilegal. Duas pessoas foram presas na ocasião, mas a prática criminosa continua.
Reações e investigações
A Polícia Civil informou que não recebeu denúncias formais de comerciantes sendo extorquidos, mas confirmou que agentes da 32ª DP (Taquara) investigam a atuação de grupos criminosos na favela.
A Gardênia Azul é um bairro com cerca de 20.490 habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e possui comércio diversificado, com lojas de roupas, materiais de construção, mercados e lanchonetes.
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