Envelhecimento populacional no Brasil enfrenta risco de estagnação econômica, inflação e rombo fiscal

 

O Brasil está passando por uma aceleração no envelhecimento populacional que traz impactos diretos sobre a economia. Com quase 70 milhões de pessoas com nome negativado e um sistema previdenciário pressionado, o país corre risco de estagnação econômica, inflação persistente e agravamento do desequilíbrio fiscal, segundo especialistas.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a proporção de brasileiros com 60 anos ou mais saltou de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023, e deve atingir 37,8% até 2070. A idade média da população subiu de 28,3 para 35,5 anos em duas décadas e deve chegar a 48,4 anos nas próximas cinco décadas.

“O único grupo populacional que continuará crescendo é o dos idosos”, afirma Alexandre Kalache, ex-diretor do programa de envelhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e presidente do ILC Brasil.

O declínio da taxa de fecundidade, aliado à maior longevidade, diminui o número de jovens disponíveis para o mercado de trabalho. Segundo o economista Eduardo Giannetti, o pico da população em idade ativa ocorrerá em 2032. A queda na oferta de mão de obra deve impactar negativamente a produtividade e o crescimento econômico.

Com uma baixa taxa de poupança nacional — que foi de 11,5% no fim de 2023, uma das menores desde 2019 — o país enfrenta dificuldades para financiar infraestrutura, inovação e educação. Para Giannetti, fatores culturais agravam esse quadro. “Somos uma sociedade voltada para o presente, com pouca disposição para o sacrifício em prol do futuro”, alertou.

O Brasil já opera com rombo nas contas públicas: o endividamento chegou a 76,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em fevereiro de 2025, e o país acumula 21 meses consecutivos de déficit primário. O desafio será compatibilizar o aumento das despesas com uma base de contribuintes cada vez menor.

Fonte: Conexão Política

 

 

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