Nova gasolina começa a ser feita e pode salvar carros a combustão

A gasolina sem petróleo, ou e-fuel, já é realidade. Ela usa como matérias-primas o dióxido de carbono presente na atmosfera e o hidrogênio, e vem sendo testada por Audi, Porsche, Bosch e pelo governo alemão com a intenção de prolongar a “vida” dos motores a combustão, cada vez mais ameaçada pelos carros elétricos.

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No entanto, ela ainda vai demorar para chegar às bombas dos postos de combustível comuns, por conta do alto custo de produção. O custo da extração do hidrogênio, realizado por meio da eletrólise (que separa o hidrogênio da água por meio da eletricidade) ainda é inviável para aplicação em massa.

Na verdade, há diversas maneiras de se produzir combustível sintético. O passo inicial é a eletrólise, que separa a água em hidrogênio e oxigênio para, posteriormente, misturar o hidrogênio com dióxido de carbono e, assim, dar forma líquida ao combustível.


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Audi, Porsche e governo alemão vêm trabalhando na gasolina sem petróleo (Imagem: Tham KC/Envato/CC)

Há ainda outros processos que podem ser envolvidos na produção de combustíveis sintéticos.

  • Hidrólise: quebra de uma molécula maior em moléculas menores com a presença de água;
  • Gaseificação: conversão termoquímica da biomassa em atmosfera de vapor ou ar para produzir um gás de médio poder calorífico;
  • Pirólise: decomposição de uma matéria pelo calor ou pela energia térmica, a fim de aproveitar todo tipo de resíduo para gerar energia.

Michael Steiner, membro do Conselho de Administração para Desenvolvimento e Pesquisa da Porsche AG, explicou que o petróleo segue “muito mais barato e fácil” de ser obtido e refinado e, por isso, a inserção da gasolina sintética, ou e-fuel, será feita de maneira gradual, a longo prazo.

Caminho até a chegada da gasolina sem petróleo aos postos ainda é longo e demorado (Imagem: Vincent Guzman/Unsplash/CC)

Fórmula 1 pode usar gasolina sem petróleo

A Fórmula 1, principal categoria do automobilismo mundial, pode ser o maior laboratório da gasolina sem petróleo em breve. Afinal de contas, é um dos esportes com maior aporte financeiro do planeta e, por conta disso, não teria problemas para bancar uma produção em larga escala.

O novo regulamento de motores deve entrar em vigor em 2025 e, com ele, a possível adoção do e-fuel como forma de manter “vivos” os motores a combustão. Os propulsores seguiriam híbridos, como hoje, mas com a adoção do e-fuel atuando conjuntamente com a eletrificação.

Carros da Fórmula 1 podem adotar e-fuel a partir de 2025 (Imagem: Jose Torrealba/Unsplash/CC)

Vantagens e desvantagens do e-combustível

Quem defende pura e simplesmente o uso do combustível sintético ao invés da adoção em massa de carros elétricos precisa saber que há vantagens e desvantagens neste tipo de componente.

“Os combustíveis sintéticos perderam a corrida para limpar os carros, mas na verdade nunca chegaram nem perto. Os carros elétricos à bateria oferecem aos motoristas a maneira mais limpa, eficiente e acessível de descarbonizar, enquanto os combustíveis sintéticos são mais adequados para aviões onde a eletrificação não é uma opção”, opinou Julia Poliscanova, da consultoria Transport & Environment.

Gasolina sem petróleo: Vantagens x Desvantagens
Vantagens Desvantagens
Não depende do petróleo para ser produzido; compatíveis com tecnologias já existentes nos veículos e em equipamentos que hoje utilizam combustíveis fósseis em empresas e indústrias São muito mais caros que os combustíveis fósseis e podem custar até R$ 60 mil a mais ao motorista em um período de 5 anos
Poderiam dar uma sobrevida aos motores tradicionais a combustão caso eles venham mesmo a ser proibidos no futuro A produção é menos eficiente que a dos carros elétricos, já que exige 23% a mais de geração de energia limpa em sua fabricação, segundo dados da T&E Consultoria
Emitem menos gases poluentes na atmosfera que os combustíveis fósseis Carros com gasolina sintética emitem altos níveis de NOx tóxico, derivado do nitrogênio, e o triplo de monóxido de carbono e amônia do que os que rodam com a gasolina E10, padrão na União Europeia

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