A decisão da maioria da Câmara de suspender a investigação contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) no chamado “inquérito do golpe”, no STF, animou bolsonaristas em relação ao projeto da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro.
A suspensão foi aprovada no plenário da Casa em votação na noite da quarta-feira (7/5) com ampla margem. Foram 315 votos favoráveis e 143 contrários, quórum suficiente para aprovar uma PEC, que exige 308 votos.
Entre os 315 deputados que votaram a favor do deputado bolsonarista, há diversos parlamentares de siglas da base aliada ao governo Lula. Inclusive do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin.
“Anistia será um placar bem parecido (com a votação do Ramagem)”, avaliou à coluna o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), um dos principais articuladores do projeto da anistia no Congresso Nacional.
O desafio dos bolsonaristas, contudo, será convencer o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar a anistia. Motta hoje resiste a pôr o projeto em votação, diferentemente do caso de Ramagem.
O presidente da Câmara patrocinou a votação para ajudar o deputado bolsonarista como um recado contra o que vem considerando como “interferências” do STF nas prerrogativas do Congresso, segundo aliados.
A articulação de Motta também foi vista como um gesto para acalmar os bolsonaristas, após o presidente da Casa não pautar sequer o requerimento de urgência do projeto da anistia, que já tem as assinaturas mínimas necessárias.