Ex-presidente do INSS no governo Bolsonaro é dispensado da Previdência

Seguindo a operação de “limpeza” no Ministério da Previdência Social, foi dispensado da pasta nesta quinta-feira (8/5) Guilherme Serrano, que presidiu o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no fim do governo Jair Bolsonaro (PL).

Serrano tinha função comissionada de Coordenador-Geral de Estudos Estatísticos, Atendimento e Relacionamento Institucional e respondia à Secretaria de Regime Próprio e Complementar do ministério.

A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), assinada pela chefe de gabinete do novo ministro Wolney Queiroz, Louise Caroline Santos de Lima e Silva.

Serrano é citado no inquérito da Polícia Federal (PF) que apura descontos ilegais de aposentados e pensionistas. No inquérito, ele foi indicado como responsável pela assinatura do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o INSS e a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) autorizando os descontos associativos.

Auxiliares do ex-ministro Carlos Lupi têm sido exonerados de seus cargos no Ministério da Previdência, conforme adiantado pela coluna no Metrópoles de Igor Gadelha.

Nessa quarta-feira (7/5), foram publicadas as exonerações de Marcelo de Oliveira Panella do cargo de chefe de gabinete do ministro e de Renata Magioli Santos do posto de assessora especial. A chefe da comunicação da pasta Martha Imenes também deixou o posto.

No lugar de Panella, o novo ministro Wolney Queiroz nomeou Louise Caroline Santos de Lima e Silva para a chefia de gabinete. Ele ainda não indicou outros auxiliares.

Metrópoles revelou escândalo do INSS

O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles por meio de em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados haviam disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.


Escândalo permeou governos Lula e Bolsonaro

  • As entidades da farra dos descontos atuaram nos governos Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcados pelo aumento do número de associações agraciadas com acordos com o INSS que permitiam a cobrança de mensalidade direto da folha de pagamento dos aposentados.
  • No governo de Bolsonaro, o INSS foi loteado pelo Centrão e foram abertas as portas para entidades suspeitas. Enquanto que na gestão Lula, mais associações firmaram acordo e o faturamento com descontos de mensalidade disparou.
  • Ambos os governos receberam alertas de fraude e chegaram até a reabilitar entidades que já haviam sido expulsas pelo INSS.
  • No caso da gestão Lula, foram ignorados alertas de auditorias durante todo o período que precedeu a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF).

As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e também abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).

Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, e que culminou nas demissões do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de Lupi.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.