Leão XIV: os sinais do novo papa de que vai liderar pelo centro

Em seus primeiros momentos no trono de São Pedro, o novo papa, Leão XIV, deu sinais de que buscará o perfil de unidade que as congregações de cardeais indicavam desejar antes do início do conclave.

Em um mundo marcado por polarizações, a escolha do cardeal norte-americano Robert Prevost para ser o 14º papa “Leão” já dá indícios de que ele deverá rejeitar o extremismo tanto da direita quanto da esquerda.

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O mundo tem um novo papa. O colégio de cardeais elegeu o cardeal Robert Prevost, dos Estados Unidos, como próximo líder da Igreja Católica

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O mundo tem um novo papa. O colégio de cardeais elegeu o cardeal Robert Prevost, dos Estados Unidos, como próximo líder da Igreja Católica

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Francesco Sforza – Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images

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O mundo tem um novo papa. O colégio de cardeais elegeu o cardeal Robert Prevost, dos Estados Unidos, como próximo líder da Igreja Católica

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Seu antecessor com o nome, Leão XIII, foi papa entre 1878 e 1903, quando faleceu aos 93 anos de idade. À época, foi considerado mais progressista que seu antecessor, Pio IX, por suas preocupações sociais.

Algumas da encíclicas escritas por Leão XIII discutiram, por exemplo, uma questão em voga tanto no final do século XIX quanto hoje em dia: o embate entre o socialismo e o liberalismo.

Em uma delas, a encíclica Libertas, de 1888, Leão XIII aponta os erros do liberalismo. Em outra, a Rerum Novarum, de 1891, condena a solução socialista para os problemas dos “homens das classes inferiores”.

“Os Socialistas (sic), para curar este mal, instigam nos pobres o ódio invejoso contra os que possuem, e pretendem que toda a propriedade de bens particulares deve ser suprimida, que os bens dum indivíduo qualquer devem ser comuns a todos, e que a sua administração deve voltar para os Municípios ou para o Estado”, disse Leão XIII na encíclica Rerum Novarum.

Pé em cada canto

A indicação de Robert Prevost ao escolher o nome Leão XIV, portanto, seria a de que o novo papa não abraçará nenhum dos dois lados de um mundo polarizado.

Nascido nos Estados Unidos e nacionalizado peruano, Leão XIV tem um pé no primeiro e outro no terceiro mundo. E, como quem vive entre dois mundos, evitou se manifestar como cardeal sobre as grandes polêmicas da Igreja.

Não se sabe exatamente, por exemplo, qual a opinião do novo papa sobre o polêmico motu proprio de Francisco, a Traditionis custodes, que criou restrições para a missa tridentina e irritou conservadores pelo mundo.

Ele também não deu um parecer definitivo sobre o decreto Fiducia supplicans, que liberou bênçãos para casais “irregulares”. Preferiu pregar obediência ao papa e defender autonomia às conferências episcopais nacionais.

Unidade

O silêncio sobre os temas mais polêmicos pode ter favorecido Prevost no conclave. Antes da eleição começar, foi público que a unidade da Igreja era uma das questões centrais. E que seria importante um papa que não despertasse paixões nem de progressistas, nem de conservadores.

Em dias anteriores ao conclave, o cardeal Gerhard Ludwig Müller, que foi presidente da Congregação para a Doutrina da Fé no pontificado de Bento XVI, chegou a falar em “cisma”, caso um cardeal liberal fosse eleito.

“Todos estamos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos de mãos dadas com o Deus que está entre nós”, disse o papa eleito em seu primeiro discurso.

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