Após o anúncio do nome do americano Robert Francis Prevost, como o novo papa Leão XIV, nessa quinta-feira (8/5), as redes sociais foram tomadas por menções ao Apocalipse 13, o último livro da Bíblia, conhecido como o “livro da revelação”, que já foi usado ao longo da história para tentar explicar desastres que vão da peste ao aquecimento global, passando pelo acidente nuclear de Chernobyl, entre outros.
Alguns internautas apontam o cumprimento das profecias. “Profecia de Apocalipse 13 se cumprindo”, afirmou uma pessoa no X. “Como dito, Apocalipse 13 mostra claramente a união da Igreja Católica com os EUA”, disse outro usuário.
O que diz o Apocalipse 13?
O capítulo 13 do Apocalipse faz parte do Novo Testamento e foi escrito por João no século 1. Ele menciona duas bestas: uma que emerge do mar e outra que emerge da terra. O texto se torno conhecido como fonte para o conceito do “anticristo”.
“E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a boca de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.
É neste livro que é citado o número 666, conhecido como “o número da besta”: “Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é 666”.
O que isso tem a ver com os EUA e o papa?
Desde a Reforma Protestante, em alguns momentos da história o papa é tratado como o “anticristo” ou como o falso profeta por muitos não católicos. Além disso, há uma interpretação de que a besta que sai do mar é um líder político que dominará o mundo durante um período.
Na visão conspiracionista, os EUA entram na história pelas narrativas de filmes e obras de pessoas que tentam sobreviver ao fim do mundo. Por isso, alguns acreditam que, quando duas dessas figuras se unem, acontece o fim dos tempos.
Nas redes sociais, os conspiracionistas também fazem referência ao trecho que diz que a besta tem “boca de leão”. Prevost escolheu o nome de Leão XIV. E ele sucede Leão 13, número do capítulo do Apocalipse.
“Falso profeta”
O escritor best-seller e ex-satanista Daniel Mastral, morto em 2024, detalhou em vídeo a profecia segundo a qual o novo papa seria um “falso profeta”.
Em uma entrevista, Mastral explicou que a contagem de papas sugerida pela profecia teve início em 1929 e seguiria até o chamado “8º rei”, neste caso, o sucessor de Francisco.
Segundo Mastral, a profecia faz referência à Roma antiga, cercada por sete colinas. “Em Apocalipse 17, há uma profecia que fala sobre um 8º rei. Então, todo mundo conjectura quem é esse oitavo rei e tal, né? E tem uma pista: diz que a mulher está sentada, está deitada sobre sete montes. Sete montes. Então, Roma está situada sobre sete montes. A mulher, a Igreja, no caso aqui, a Igreja corrompida, a meretriz. Aí, o que acontece? O oitavo rei. Se a gente pegar o Tratado de Latrão, que deu poder de Estado ao Vaticano, assinado em 11 de fevereiro de 1929, a partir dele começa, então, uma contagem de papas”, afirmou Mastral.
De acordo com Mastral, a profecia descreve que o 8º rei — ou seja, o oitavo papa após o Tratado de Latrão — seria responsável por completar uma “trindade satânica”: “a besta, o falso profeta e o anticristo”. Nesse cenário, o oitavo papa teria a função de atrair o apoio da Igreja para os atos do anticristo.