O dólar rondava a estabilidade nesta sexta-feira (9/5), em um dia no qual os investidores repercutem dados de inflação no Brasil, discursos de autoridades do Banco Central dos Estados Unidos e negociações em torno das tarifas comerciais.
Dólar
- Às 9h11, a moeda norte-americana recuava 0,05% e era negociada a R$ 5,658, praticamente estável.
- Na véspera, o dólar desabou 1,47% e fechou cotado a R$ 5,66.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 0,28% em maio e perdas de 8,39% em 2025.
IPCA
Na manhã desta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, referentes ao mês de abril.
No quarto mês do ano, a inflação brasileira ficou em 0,43%, na comparação com março.
No acumulado de 12 meses até abril, o índice foi de 5,53% – ainda bem acima da meta de 3% ao ano estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O resultado do mês passado ficou dentro do esperado por analistas do mercado financeiro. As previsões da Warren Investimentos e do relatório Focus eram de alta de 0,4% e 0,43%, respectivamente.
Em 2025, a meta inflacionária é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual – isto significa piso de 1,5% e teto de 4,5%. Ela será considerada cumprida se oscilar dentro desse intervalo de tolerância.
O Banco Central (BC) contém o avanço dos preços por meio da taxa Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias. A última reunião do Copom ocorreu nos dias 6 e 7 de maio.
Nesta semana, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a Selic para 14,75% ao ano — maior valor da taxa em quase duas décadas.
As projeções do mercado financeiro para a inflação referente a 2025 seguem distantes da meta. Segundo a edição mais recente do Relatório Focus, do BC, a estimativa dos analistas para o IPCA está em 5,53%.
Discursos no Fed
Além dos dados de inflação no Brasil, os investidores seguem com os olhos voltados para os EUA.
Nesta sexta, há uma série de eventos programados com a participação de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano).
São esperados discursos de diversas autoridades do colegiado, que podem dar “pistas” sobre os rumos da política monetária do país nos próximos meses.
Na última quarta-feira (7/5), o Fed anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. Foi a terceira reunião consecutiva na qual a autoridade monetária norte-americana manteve inalterada a taxa de juros.
Em entrevista coletiva minutos depois do anúncio do Fed, o presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, defendeu cautela da autoridade monetária em relação aos próximos passos da trajetória da taxa básica de juros no país.
“Se tivermos inflação e desemprego mais altos, veremos um atraso para chegar às metas para o ano que vem”, afirmou o presidente do Fed.
“Minha intuição diz que os riscos aumentaram e os riscos de inflação e desemprego mais altos aumentaram, mas isso ainda não se refletiu nos dados”, prosseguiu Powell. “A coisa certa a fazer é esperar mais clareza”, complementou o chefe da autoridade monetária.
Acordo sobre tarifas
Outro fato econômico relevante que continua sendo acompanhado com lupa pelo mercado é o acordo comercial anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, com o Reino Unido, parceiro histórico dos norte-americanos.
Em mensagem publicada em sua rede social, a Truth Social, Trump classificou o acordo com os britânicos como “completo e abrangente”.
“O acordo com o Reino Unido é completo e abrangente e consolidará o relacionamento entre os EUA e o Reino Unido por muitos anos”, escreveu o presidente norte-americano.
“Devido à nossa longa história e lealdade mútua, é uma grande honra ter o Reino Unido como nosso primeiro anúncio. Muitos outros acordos, que estão em estágios avançados de negociação, virão!”, completou Trump.
O acordo deve ser inicialmente limitado, com o Reino Unido assegurando tarifas comerciais mais baixas sobre automóveis e aço – os dois setores mais atingidos pelas taxas.
No início de abril, Donald Trump anunciou que os EUA imporiam uma tarifa de 10% sobre os produtos importados da maioria dos países, entre os quais o Reino Unido.
Também foram aplicadas tarifas de 25% sobre a indústria automotiva, o aço e ao alumínio, além de 25% sobre Canadá e México e 145% sobre a China. Autoridades comerciais norte-americanas e chinesas devem se reunir no próximo sábado (10/5).
Bolsa de Valores
As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
No dia anterior, o indicador fechou em forte alta de 2,12%, aos 136,2 mil pontos.
Na pontuação máxima do dia, o indicador atingiu 137.634,56 pontos, batendo o recorde histórico.
Até então, a pontuação máxima da Bolsa do Brasil era de 137.469 pontos, alcançada no dia 28 de agosto de 2024.
Com o resultado, o Ibovespa acumula alta de 0,86% no mês e de 13,26% no ano.