Mais uma vez os mercados de câmbio e ações do Brasil valeram-se de uma calmaria global – ainda que provisória – e apresentaram resultados positivos. Nesta sexta-feira (9/5), o dólar fechou em leve queda de 0,11%, cotado a R$ 5,65. Na véspera, ele havia caído 1,47%, a R$ 5,66.
Já o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrou elevação de 0,21%, aos 136.511 pontos. Ao longo do pregão do dia anterior, ele chegou a romper a máxima história, ao atingir 137.634 pontos. Com isso, superou a marca de 137.469 pontos, alcançada em agosto de 2024.
Novas declarações sobre a guerra comercial, feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aturam como um dos principais vetores dos mercados nesta sexta-feira. Pela manhã, o republicano afirmou que a “tarifa apropriada” para produtos importados da China pode ser de 80%.
O número representou uma queda (ou um desconto) substancial ante a taxa imposta pelo governo americano de 145% às importações chinesas. Em retaliação, Pequim aplicou sobretaxa de 125% contra os itens dos EUA.
“Abertura de mercado”
A afirmação de Trump foi feita na rede social Truth Social. Disse o republicano: “Uma tarifa de 80% sobre a China parece adequada! Fica a cargo do Scott B”, afirmou, referindo-se ao Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. “A China deveria abrir seu mercado para os EUA – seria tão bom para eles!!! Mercados fechados não funcionam mais!!!”, acrescentou. Representantes dos dois países discutirão o tema neste fim de semana, em Genebra, na Suíça.
Queda global
O dólar também fechou em queda em relação a outras moedas globais. Às 17 horas, o índice DXY, que mede a força da moeda americana frente uma cesta de seis divisas de mercados desenvolvidos, registrava baixa de 0,29%.
Fatores internos
Na avaliação de Bruno Shahini, especialista em investimentos da fintech Nomad, fatores domésticos também contribuíram para sustentar o real. “A fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmando o compromisso do Banco Central com o controle da inflação, aliada à divulgação de um IPCA dentro do esperado, fortaleceu a perspectiva de manutenção da Selic em níveis elevados”, diz o analista. “A taxa de juros, atualmente em 14,75% ao ano, continua oferecendo diferencial de juros favorável, sustentando o apetite pela renda fixa local.”
Ouro ainda em alta
Apesar do alívio no front da guerra comercial, o ouro voltou a fechar em alta nesta sexta-feira. O metal com entrega prevista para junho subiu 1,14%, cotado a US$ 3.344,0 por onça-troy (31,1 gramas), na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
O ouro tem sido um dos principais refúgios dos investidores contra as incertezas provocadas no mercado mundial pelas tarifas anunciadas por Trump, em 2 de abril. Na semana, ele acumula valorização de 3,10% e, no ano, de 24%.