Brasília – A bordo do avião presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em missão oficial rumo à Rússia, o deputado Elmar Nascimento (União-BA) votou, por videoconferência, a favor da manobra do Partido Liberal que travou uma ação penal contra Alexandre Ramagem (PL-RJ) no STF. A decisão pode favorecer diretamente Jair Bolsonaro e amplia o racha na base aliada do governo petista.
Mesmo dentro da comitiva de Lula, Elmar ajudou a aprovar a Resolução 18/25, que suspende o andamento da Petição 12.100, envolvendo crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Congresso bloqueia STF com “cheque em branco”
O pedido de sustação, feito pelo PL, foi aprovado na CCJ e depois em Plenário por 315 votos a favor, 143 contra e 4 abstenções. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) justificou que a Câmara pode trancar processos ocorridos após a diplomação do parlamentar, o que, segundo ele, só termina em 1 ano e meio.
A medida, no entanto, não menciona Ramagem diretamente, o que levantou críticas por abrir espaço para blindagem de outros réus, inclusive Bolsonaro. Juristas classificam o texto como vago e perigoso.
STF reage e tenta limitar alcance da manobra
O ministro Cristiano Zanin, em ofício à Câmara, afirmou que apenas crimes posteriores à diplomação poderiam ser travados — como dano ao patrimônio público — mantendo os demais crimes em curso. O alerta expôs o abismo crescente entre os poderes.
Aliado de Lula, mas alinhado ao PL?
O voto de Elmar Nascimento, ainda que remoto, gerou constrangimento no Planalto. A atitude escancarou a fragilidade da coalizão governista e reacendeu o debate sobre o uso de votações à distância por parlamentares em missões oficiais.
Enquanto o PL avança no escudo parlamentar, o governo Lula tenta administrar as fissuras internas.
Com informações da Coluna de Lauro Jardim, de O Gllobo
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