Genebra – Estados Unidos e China resolveram baixar a guarda – pelo menos por três meses. Após encontros tensos e estratégicos no fim de semana, os dois gigantes anunciaram nesta segunda-feira (12) uma trégua de 90 dias com cortes bilaterais nas tarifas de importação. A decisão, segundo comunicado conjunto, vem na esteira de um “progresso substancial” nas negociações comerciais.
Washington promete reduzir suas tarifas sobre produtos chineses de exorbitantes 145% para 30%. Em troca, Pequim abaixa suas taxas sobre produtos americanos de 125% para 10% até o dia 14 de maio. Um acordo temporário, sim, mas que promete dar fôlego ao comércio global.
Guerra fria de tarifas dá uma pausa
Na foto oficial do encontro, o representante dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, apertam as mãos como quem diz: “vamos respirar um pouco”. Mas ninguém aqui é inocente: a medida, embora positiva, tem data de validade e não resolve os atritos estruturais entre os dois países.
Nova rodada de conversas
O acordo também prevê a criação de um mecanismo de diálogo permanente, encabeçado por He Lifeng, Scott Bessent e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer. Os encontros poderão ocorrer tanto em território chinês quanto norte-americano, ou em “terceiro país neutro”. Um jeito diplomático de dizer: ninguém quer ceder demais.
Trégua ou teatro?
Apesar dos sorrisos e promessas, a desconfiança segue firme. A disputa por hegemonia tecnológica, industrial e política entre China e EUA está longe de acabar. Essa trégua tarifária de 90 dias é mais uma pausa tática do que um gesto de paz duradouro. Mas, no tabuleiro geopolítico, cada pausa conta.
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