O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) anunciou o fim das atividades do grupo, considerado terrorista pelo governo da Turquia e aliados, assim como a luta armada que durou quase cinco décadas. A decisão foi divulgada pela organização nesta segunda-feira (12/5).
Depois de um congresso realizado entre 5 e 7 de maio, o PKK emitiu uma declaração anunciando a dissolução da organização. A justificativa, de acordo com o comunicado, é que o grupo já cumpriu a sua “missão histórica” de proteger e levantar a questão curda.
“Com base nisso, o 12º Congresso do PKK, a fim de implementar e gerenciar o processo de praticidade sob a liderança do Líder APO, tomou decisões para dissolver a estrutura organizacional do PKK e acabar com o método de luta armada, e encerrou as atividades realizadas em nome do PKK”, disse a organização.
O PKK chega ao fim meses após o líder e fundador da organização, Abdullah Ocalan, pedir que o grupo separatista baixasse as armas e se dissolvesse, em fevereiro deste ano.
Ocalan, 75 anos, está preso em uma ilha perto de Instambul desde 1999. Ele foi condenado pelo governo turco por traição, mas continuava exercendo influência sob o agora extinto PKK.
Na época, a organização buscava a criação de um estado independente para os curdos na Turquia. Atualmente, no entanto, o líder do PKK diz que a luta é por maiores direitos para o grupo étnico no país governado por Recep Tayyip Erdogan.
Turquia quer fim total do PKK
Após o anúncio, o presidente Erdogan disse que a decisão do PKK pode abrir portas para o que chamou de “capacidade democrática da política”, sinalizando uma possível abertura para negociações com curdos.
Ele, no entanto, exigiu que o fim do PKK não seja somente na Turquia, como em outros países da região onde o grupo separatista atuava.
“Avaliamos esta declaração [fim do PKK] como uma decisão que abrange todas as áreas da organização, começando pelo norte do Iraque, Síria e Europa”, declarou Erdogan.