Oposição protocola pedido de CPMI do INSS

Brasília – A oposição oficializou nesta segunda-feira (12) um pedido para criar uma CPMI sobre os descontos indevidos em benefícios do INSS, mirando sindicatos e supostos esquemas bilionários. A proposta tem apoio robusto: 36 senadores e 223 deputados.

Mesmo com a papelada entregue, a bola está agora com Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, que precisa ler o requerimento em plenário. Enquanto isso, o governo manobra para evitar a investigação e tenta deslegitimar o pedido, alegando que Polícia Federal e CGU já estão no caso.


Damares e Fernanda puxam fila da pressão

Damares Alves (Republicanos-DF) e Coronel Fernanda (PL-MT) lideram a ofensiva. A estratégia? Expôr quem assina — e quem desistir, também. A ideia é constranger parlamentares que recuem após o protocolo.

Segundo Damares, não há espaço para meias-palavras: “Vamos divulgar os nomes de quem tirar a assinatura. Quem desistir vai ter que explicar ao povo por que não quer investigar quem roubou aposentado analfabeto.”

Mudança tática da oposição

A antecipação do pedido surpreendeu. Até o fim de semana, opositores preferiam esperar a primeira sessão do Congresso. Mas o grupo decidiu mudar o jogo e atacar antes, evitando pressões de bastidores.

Enquanto isso, o governo tenta segurar o tranco. Líderes da base articulam nos bastidores para desacreditar a CPMI e acusam a oposição de usar o caso para desgastar o Planalto.

Esquema bilionário de descontos sob suspeita

Em abril, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União revelaram um escândalo: R$ 6,3 bilhões em descontos suspeitos, aplicados por sindicatos em aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024.

Contudo, ainda não se sabe o quanto desse valor foi de fato fruto de fraude. A oposição, por sua vez, quer escancarar o que considera um “esquema institucionalizado”.

Alcolumbre vira peça-chave no tabuleiro

A comissão só sai do papel se Alcolumbre ler o pedido em plenário. Ou seja: a decisão de abrir a CPMI está congelada no bolso de quem hoje acompanha Lula na China.

A oposição tenta transformar essa demora em mais um símbolo da omissão institucional. E caso Alcolumbre siga em silêncio, o desgaste tende a atingir não só o governo, mas o Congresso inteiro.


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