Setor de transportes no Brasil pode reduzir quase 70% das emissões de CO2 até 2050, mostra estudo

 

O setor de transportes no Brasil pode reduzir 68% das emissões de CO2 até 2050 se adotar o conjunto de ações de sustentabilidade indicadas no estudo “Coalizão dos Transportes – Como tornar o setor de transportes um contribuidor ativo para a redução das emissões brasileiras”. O levantamento foi apresentado nessa segunda-feira (12), na quinta edição do “Brasil Rumo à COP30”, ciclo de seminários realizados pela Editora Globo em parceria com o Grupo Motiva (ex-CCR).

A previsão de corte de quase 70% das emissões de poluentes toma como referência o cenário de inação no campo da sustentabilidade com projeção de crescimento econômico no mesmo período. O estudo destaca ainda que o setor de transportes é responsável por cerca de 11% das emissões brutas nacionais, totalizando 260 milhões de toneladas (Mton) de CO2 em 2023. Com o crescimento econômico e sem adotar medidas de mitigação, as emissões podem atingir 324 Mton de CO2 em 2035 e 424 Mton de CO2 em 2050.

De acordo com a análise, a redução das emissões tende a ser confirmada se forem adotadas as “90 alavancas para a descarbonização” do setor. Três delas têm maior impacto, com corte de 60% sobre a emissões, e estão relacionadas à: mudança na matriz de transportes, ao privilegiar os tipos de transporte de menor emissão (como ferroviário e navegação marítima e fluvial); expansão do uso de biocombustíveis (etanol, biodiesel e SAF na aviação); e eletrificação de veículos ou adoção de novas tecnologias como o hidrogênio verde (PtX).

“Com todas as alavancas, a gente descarboniza 110% do que o Brasil tem hoje em cargas de emissões, mas ainda não é o suficiente para chegar efetivamente ao ‘net zero’ em 2050”, disse Bruno Vasconcellos, sócio-diretor do Boston Consulting Group (BCG), referindo-se à meta de zerar as emissões líquidas de CO2.

No evento, o diretor do BCG apresentou os principais resultados do estudo. “A gente sabe que tem muita coisa acontecendo, muita coisa evoluindo, muita tecnologia nova vindo para ajudar a gente, por isso esse é só o primeiro passo. A gente tem muito trabalho, muito engajamento para fazer”, acrescentou.

Fonte: Valor Econômico

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