Uma mutação genética rara que protege contra o HIV surgiu há cerca de 7.000 anos na região da Eurásia Ocidental, próxima ao Mar Negro, e foi transmitida por ancestrais dos vikings. É o que diz um novo estudo publicado na revista Cell no último dia 5. A pesquisa foi conduzida por cientistas da University of Copenhagen, no Novo Nordisk Foundation Center for Basic Metabolic Research.
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Para chegar a essa descoberta, o grupo analisou o material genético de mais de 900 esqueletos antigos, além de DNA de 2.000 pessoas vivas.
Mutação antiga, proteção moderna
A mutação, conhecida como CCR5delta32, impede que o vírus HIV se fixe nas células do sistema imunológico, tornando algumas pessoas resistentes à infecção. Essa variação genética está presente em cerca de 10% a 16% das populações europeias, especialmente no norte da Europa, como na Dinamarca.
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Apesar do HIV ser uma doença recente, com menos de 100 anos, essa mutação surgiu entre 6.700 e 9.000 anos atrás, durante a transição do modo de vida de caçadores-coletores para sociedades agrícolas.

Os cientistas acreditam que o gene se espalhou porque oferecia vantagens imunológicas, enfraquecendo levemente o sistema imunológico, o que pode ter sido útil para lidar com novas doenças infecciosas emergentes na época.
O estudo também utilizou um modelo de inteligência artificial para detectar o gene em genomas antigos de baixa qualidade, o que ajudou a rastrear a mutação até um único ancestral nas Estepes Ocidentais da Eurásia.
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