Municípios vizinhos e bairros de Nápoles, na Itália, foram atingidos por um abalo de magnitude 4.4, na manhã desta terça-feira (13/5). Mas não um abalo como comumente se conhece. Caracterizado por sequência de terremotos em um curto intervalo de tempo, o fenômeno é classificado na sismologia como “enxame sísmico”.
Devido a esses tremores, escolas, universidades e escritórios próximos à região vulcânica de Campos Flégreos foram evacuados. Segundo jornais da Itália, é a primeira vez que ocorre o enxame sísmico em grande proporção e à luz do dia. Mas afinal, o que é um enxame sísmico?
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Enxame sísmico?
O fenômeno é caracterizado por não ter um tremor mais significativo do que os demais. De maneira oposta aos abalos terrestres tradicionais, o enxame sísmico é seguido por tremores secundários de magnitude semelhante.
Até o momento, o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália (INGV) registrou 12 terremotos de intensidades entre 0,9 e 4,4. de magnitude naquela região.
As sequências não decaem com o tempo. Elas permanecem estáveis ou até aumentam suas taxas de atividade ao longo de períodos de dias, semanas ou até meses. Se forem constantes e de magnitude crescente, podem causar danos estruturais a edifícios e infraestruturas, principalmente em áreas urbanas.
Os hipocentros (pontos onde se iniciam os terremotos) de cada enxame não formam uma nuvem difusa, mas sim estruturas planas, semelhantes a falhas geológicas, e assim acontecendo em sequência.
O que causa o enxame?
De acordo com o Serviço Geológico dos EUA, a sequência de abalos sísmicos indica que provavelmente o magma pode estar sendo empurrado para dentro da crosta do vulcão, abrindo o caminho para a quebra da rocha.
No entanto, na maioria das vezes podem ser provocados por movimentação de falhas geológicas e injeção ou extração de fluidos (possivelmente água) subterrâneos. Ao contrário do magma, que requer um caminho relativamente largo para evitar o endurecimento em rocha sólida, a água pode se mover dentro do subsolo através de pequenas rachaduras.
Embora a locomoção da água seja lenta em rochas intactas, o processo se acelera em nível exacerbado quando rachaduras maiores estão presentes. Portanto, após um terremoto ocorrer e facilitar o rompimento da rocha, a água tende a ser mais permeável em sua locomoção.
E caso venha em grande quantidade, a água pode vir de forma intensa, gerando pressão e afastando as rochas, provocando assim, mais deslizamentos da água. Estes fatores em sucessão, formando um ciclo no qual as rochas se difundem, têm o potencial de provocar novos terremotos.
Geralmente, o fenômeno ocorre em áreas tectônicas ativas e podem desaparecer assim que os próprios enxames sísmicos encontram áreas onde as falhas geológicas são menos estressadas. Os enxames desaparecem assim que encontram áreas onde as falhas são menos estressadas.