GO: mulher que estava desaparecida fugiu após desespero com dívidas

Goiânia – A empregada doméstica Gisela Heloísa Alves Silva, de 29 anos, que ficou desaparecida por quase cinco dias, disse em depoimento que fugiu após se desesperar com dívidas. A mulher saiu de Goianira, na região metropolitana da capital goiana, onde morava, e informou à polícia que não pretendia voltar ao município.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Carla de Bem, a mulher chegou a trocar o número de telefone e viajou de ônibus até São Paulo, para não ser localizada.

Gisele foi encontrada no último sábado (10/5), em um caminhão, durante uma blitz em Itumbiara, no sul goiano. A mulher seguia de carona para Palmas (TO). O desaparecimento dela foi informado pela própria família no dia 6 de maio.

Desaparecimento voluntário

Em coletiva de imprensa na manhã dessa segunda-feira (12/5), a delegada explicou que Gisele agiu espontaneamente ao desaparecer. “Ela não foi obrigada a nada. Ninguém fez ela de vítima. Ninguém sequestrou. Ninguém extorquiu”, explicou a investigadora.

Segundo Carla de Bem, Gisele estava muito endividada havia alguns meses e ficou sem saber o que fazer e para onde correr. “Chegou a fazer dívida com o próprio marido e sem condição de pagar. Ficou desesperada e decidiu sumir, fugir de casa e sair de Goiás”, contou.

Gisele saiu de casa com dinheiro em espécie e com ele pagou as corridas por aplicativo e as diárias de hotel, informou a delegada.

Conforme as investigações, a doméstica desceu em Guarulhos e ia para Santos, em São Paulo, após comprar uma passagem de ônibus e embarcar em Aparecida de Goiânia. De acordo com a explicação da delegada, a doméstica não tinha pretensão de avisar à família onde estava.

“Ela não queria nem que nós avisássemos à família. Diz ela que estava envergonhada e sem saber que atitude tomar. Aceitou, no fim, que nós chamássemos os pais dela e o pai foi buscar ela na delegacia. Durante as oitivas, ela disse que gostaria de não ficar em Goiás”, contou.

Quanto ao fato de a doméstica ter deixado a filha para fugir, Carla de Bem explicou que não configura abandono de incapaz, já que a criança ficou com o pai, que também é responsável legal. A delegada explicou também que não houve indício de crime na fuga em si e, por isso, vai pedir o arquivamento do inquérito policial.

Fugiu sem pistas

De acordo com o marido de Gisele, Luan Lucas, de 38 anos, ela desapareceu no dia 6 de maio, após deixar a filha do casal em casa e sair para trabalhar em Goianira. Ele relatou que a esposa enviou um vídeo mostrando que o carro que ela usava tinha quebrado.

Ainda segundo o marido, a mulher mandou uma mensagem dizendo onde o carro estava e disse seguiria o caminho chamando uma moto por aplicativo. De acordo com ele, a preocupação aumentou após falar com os patrões de Gisele e ficar sabendo, por eles, que ela não foi ao trabalho.

Gisele foi encontrada pela polícia em Itumbiara, no sul de Goiás, em boas condições de saúde. “Solicitamos um bloqueio na rodovia e foi verificado caminhão por caminhão, até conseguir localizar a Gisele em um deles. Ela como passageira normal com esse caminhoneiro e, no momento da abordagem, foi solicitado que descesse do veículo e foi constatado que se tratava da desaparecida”, disse o major da Polícia Militar Eduardo Abílio Borges Alves.

O major disse ainda que o caminhoneiro saiu de São Paulo e Gisele estava pegando uma carona, pois o destino do caminhoneiro era Palmas, capital do Tocantins. Segundo o major, ela iria chegar em Palmas com o caminhoneiro e ficar lá.

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