São Paulo — Após denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos) [foto em destaque], e Marcio Carrara, ex-secretário de Educação, viraram réus. A ação por improbidade administrativa foi aceita pela Justiça nessa segunda-feira (12/5). A suspeita é de superfaturamento de mais de R$ 11 milhões na compra de lousas digitais da empresa fornecedora Educateca.
Denúncia de superfaturamento
- A compra de 1.188 unidades de lousas digitais foi feita em 2021. Trata-se do primeiro ano da gestão de Rodrigo Manga, que foi reeleito no primeiro turno em 2024.
- O contrato é de R$ 46 milhões. Do total, R$ 44 milhões já foram pagos.
- O processo foi embasado em um parecer técnico do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), que constatou “incompatibilidade do preço praticado com o mercado”.
- De cada R$ 4 gastos na aquisição pela Prefeitura de Sorocaba, R$ 1 foi superfaturado.
Bloqueio de bens
Na petição, a promotora Cristina Palma pleiteou o bloqueio de bens de Manga e do ex-secretário de Educação, além da Educateca. Também havia solicitação para o imediato afastamento de Carrara da função de chefe de gabinete na Secretaria Municipal de Relações Institucionais e Metropolitanas (Serim).
No entanto, o juiz Alexandre de Mello Guerra, da Vara da Fazenda Pública, por ora, indeferiu os pedidos, por ausência de provas concretas de risco ao processo ou de dilapidação patrimonial. O magistrado não descartou a possibilidade de reavaliação em qualquer momento “se presente a demonstração de fato concreto novo que permita identificar a alteração do cenário”.
O que diz o prefeito de Sorocaba
Procurada pelo Metrópoles, a prefeitura de Sorocaba não se manifestou sobre a denúncia relacionada à compra de lousas, até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para pronunciamento de Rodrigo Manga e os demais citados pelo MPSP.
Em abril deste ano, Rodrigo Manga foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). Ele também é suspeito de receber propina de um esquema de desvio de dinheiro envolvendo um contrato com uma Organização Social de Saúde (OSS) para gerir uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade do interior paulista.
Anteriormente, em nota, o prefeito informou que “está havendo plena colaboração com as autoridades” envolvidas na operação, “para que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos, o mais brevemente possível”.