Depois de dois anos, a 99 vai relançar a 99Food no Brasil com uma proposta chamativa: os restaurantes não terão que pagar comissões. O retorno da operação é fruto de um investimento bilionário da empresa, com a visão de longo prazo de criar um superapp para reunir mobilidade, finanças e entregas em um único lugar.
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“Nossa visão de longo prazo é criar um super app no Brasil que combina serviços essenciais aos brasileiros e oferece valor agregado, benefício real da combinação”, disse Bruno Rossini, diretor sênior da 99, ao Canaltech. “No nosso caso, começando com mobilidade urbana e meio de pagamento, e, agora, 99Food.”
A ideia se concentra em um caso de sucesso na China, o Weixin, conhecido como WeChat no ocidente. Além do mensageiro, o aplicativo garante uma plataforma de pagamento e outras funções em uma única plataforma.
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Para criar o ecossistema, a 99 anunciou um investimento de R$ 1 bilhão com objetivo de relançar o serviço de entrega de comida no país ainda em 2025. Neste caso, a plataforma vai entrar na intermediação entre os estabelecimentos e os consumidores nas operações de entrega.

Já na visão de curto prazo, Rossini conta que o objetivo do relançamento é devolver a oportunidade de lucratividade para os restaurantes e trazer alternativas de comida mais barata aos brasileiros ao cortar a comissão.
Esse fator também é uma estratégia da empresa para se tornar mais competitiva no mercado brasileiro, que tem a forte presença do iFood e que terá um novo player em breve: a chinesa Meituan.
Neste caso, os pedidos da 99Food terão apenas descontos de taxas de delivery e de transação de pagamento, de 4,5% e 3,2%, respectivamente. Dessa forma, um pedido de R$ 100 renderia um pagamento de R$ 92,30 ao comerciante, acima dos R$ 73,80 da “prática do mercado”, como exemplificou a 99.
Além disso, o executivo ressalta o relacionamento de mais de dez anos com o mercado brasileiro e o histórico de enfrentar condições de mercados adversas como diferenciais.
“Somos uma empresa brasileira que, hoje, tem capital chinês, o que nos lega não só a capacidade de investimento, mas também a capacidade de inovação e tecnologia”, observa. A chinesa DiDi Chuxing, vale lembrar, é controladora da 99.

Retorno ao Brasil
A 99 encerrou a 99Food no Brasil em 2023, um ano após a saída da Uber Eats. Na época, a empresa chegou a anunciar que o aplicativo funcionaria apenas como uma vitrine, sem intermediar as entregas dos restaurantes. Hoje, as opções de comida não estão mais disponíveis na plataforma.
Pouco mais de dois anos depois, a 99 faz o movimento inverso, mas não segue sozinha: nesta segunda-feira (12), a Meituan anunciou a estreia do app de delivery Keeta no mercado brasileiro, em meio a um investimento de R$ 27 bilhões de grupos chineses no Brasil.
Além da Meituan, que aplicou mais de R$ 5 bilhões para a entrada no país, a GWM anunciou expansão da sua operação no Brasil com um investimento de R$ 6 bilhões.
Questionado sobre os motivos por trás do retorno ao Brasil, o diretor da 99 elenca três fatores, com destaque para a oportunidade de mercado.
“O que o brasileiro mais pede é comida e a gente acabava atendendo, de certa forma os restaurantes”, disse ao mencionar o 99 Entregas. “Fomos conversar com eles e o clamor dos restaurantes para que existisse uma alternativa para o monopólio que tava instalado no mercado era muito grande.”
O executivo também destaca a mudança ocorrida em 2023, quando o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) celebrou um acordo que limita os contratos de exclusividade do iFood com restaurantes, e a experiência da DiDi no México.
“Quando a gente lançou a 99Food, a gente também lançou a DiDi Food no México. A gente ganhou muita capacidade, muita experiência, evoluiu muito com nossas empresas. Hoje, a DiDi Food no México é o app número 1 de entrega de comida”, observa.
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