“Não queremos 3ª Guerra”, diz Macron sobre envio de tropas à Ucrânia

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse, nessa terça-feira (13/5), que sanções massivas seriam aplicadas contra a Rússia com o objetivo de conseguir um cessar-fogo nos próximos dias. As declarações foram feitas em uma entrevista para o canal de TV francês TF1, onde o chefe de Estado também disse que a França está “pronta para abrir” uma discussão sobre a implantação de aeronaves francesas armadas com “bombas” nucleares em outros países europeus.

“Nossa vontade é aplicar sanções”, se a Rússia “confirmar o não respeito” de um cessar-fogo na Ucrânia, garantiu Macron, se referindo principalmente a “sanções secundárias” sobre serviços financeiros ou combustíveis.

O chefe de Estado, no entanto, estimou que não há um “quadro legal” para usar os ativos russos congelados e que esta “não é uma boa solução”.

“Reunimos a coalizão de países voluntários europeus. Os Estados Unidos já nos seguiu”, disse. “A Rússia recusa um cessar-fogo incondicional”, lembrou. “Neste momento a presidente da União Europeia está discutindo com o presidente dos Estados Unidos e o Senado (americano)” e “nos coordenamos” sobre as sanções”, afirmou.

“Queremos ir contra a Rússia, mas mantendo os Estados Unidos do nosso lado”, disse.

Terceira Guerra

Macron também voltou a se posicionar contra o envio de tropas francesas à Ucrânia.

“Desde o primeiro dia sabemos que a Rússia não vai parar na Ucrânia. Desde o primeiro dia decidimos as sanções e guardamos a nossa unidade e ajudamos a Ucrânia”, com “financiamentos consideráveis e decidimos não usar nossas tropas”, reiterou o presidente francês.

“Decidimos ajudar a Ucrânia, mas nunca entrar em uma escalada (…) É por isso que os países aliados da Ucrânia decidiram não enviar tropas” para o terreno, continuou o presidente. “Não queremos desencadear uma Terceira Guerra Mundial”, insistiu.

“Eu tenho um imenso respeito e admiração pelos soldados e o povo ucraniano e seus dirigentes”, disse, “mas não podemos dar mais do que tempos. Demos tudo o que podíamos”, afirmou.

Território ucraniano

Até mesmo os ucranianos têm a “lucidez de dizer” que não serão capazes de retomar todos os seus territórios após o conflito com a Rússia, declarou o presidente francês. “A guerra deve acabar e a Ucrânia deve estar na melhor posição possível para entrar em negociações”, o que “permitirá que questões territoriais sejam abordadas. E até os próprios ucranianos têm a clareza de dizer (…) que não terão capacidade de retomar tudo o que foi tomado desde 2014” pela Rússia, declarou o chefe de Estado.

Por outro lado, ele afirmou que a França está “pronta para abrir” uma discussão sobre a implantação de aeronaves francesas armadas com “bombas” nucleares em outros países europeus, semelhante ao que os americanos estão fazendo para compartilhar sua proteção nuclear.

“Definirei a estrutura de forma muito oficial nas próximas semanas e meses”, disse o chefe de Estado. Ele especificou três condições para essa reflexão sobre a dissuasão nuclear francesa: “a França não pagará pela segurança dos outros”, “isso não acontecerá às custas do que precisamos para nós mesmos” e, finalmente, “a decisão final sempre caberá ao presidente, chefe das Forças Armadas”.

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