PF prende suspeitos que tentaram sabotar investigação de propina no STJ

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (14/5), a 6ª fase da Operação Sisamnes, que investiga crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, evasão de divisas, organização criminosa e mercado de câmbio clandestino. A nova etapa tem como foco suspeitos de tentarem obstruir a Justiça, com o objetivo de atrapalhar as medidas judiciais realizadas na véspera, durante a 5ª fase da investigação.

Nesta etapa mais recente, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e executados no Distrito Federal.

A 6ª fase foi desencadeada menos de 24 horas após o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão em diferentes municípios, incluindo quatro no Mato Grosso, e a decretação de sequestro de bens e bloqueio de valores que somam cerca de R$ 20 milhões. As ações têm como pano de fundo um complexo esquema de corrupção que, segundo os investigadores, envolvia a compra de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A estrutura criminosa investigada pela PF operava por meio de uma rede empresarial voltada à lavagem de dinheiro, com mecanismos sofisticados para ocultar o pagamento de propinas. O objetivo era romper o vínculo direto entre os pagadores e os beneficiários das decisões judiciais corrompidas, dificultando o rastreamento das transações ilegais.

Conforme a coluna divulgou, entre os alvos da 5ª fase está o advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Ussiel Tavares. Também foi alvo de busca uma ex-secretária do advogado Roberto Zampieri, morto em 2024 em Cuiabá e citado em fases anteriores da investigação.

A OAB-MT, por meio do Tribunal de Defesa das Prerrogativas, acompanhou as diligências e afirmou que eventuais infrações éticas serão analisadas pelo Tribunal de Ética e Disciplina. Em nota, a seccional declarou que tomará as medidas cabíveis, caso haja comprovação de conduta irregular.

Ussiel Tavares, que iniciou sua carreira em 1985 e presidiu a OAB-MT entre 1998 e 2003, ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações. A defesa do advogado não foi localizada, e o espaço segue aberto para manifestação.

 

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