A Microsoft anunciou na terça-feira (15) uma demissão em massa de 3% do seu quadro global de funcionários, o que afeta cerca de 6 mil pessoas.
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De acordo com um comunicado publicado pela emissora CNBC, os cortes acontecem mundialmente e afetam diversos níveis de cargos e setores, incluindo a divisão do LinkedIn. O site G1 informa que funcionários brasileiros também foram demitidos.
Por que a Microsoft fez uma demissão em massa?
Em nota publicada na imprensa internacional, a empresa argumenta que “implementa as mudanças organizacionais necessárias para melhor posicionar a empresa para o sucesso em um mercado dinâmico”.
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Os cortes não são relacionados à performance dos funcionários, segundo a nota, mas sim para “reduzir camadas de gerenciamento”. Vale reforçar que a Big Tech faz cortes periodicamente, mas nenhuma das demissões recentes foi tão significativa quanto a anunciada nesta semana.
Estima-se que seja o maior corte desde a demissão em massa de 10 mil funcionários ocorrida em 2023. Por outro lado, o último relatório trimestral da empresa apontou lucro líquido de US$ 25,8 bilhões no último trimestre do ano fiscal da empresa, encerrado em março deste ano.

Para o escritor especializado em tecnologia e inovação Arthur Igreja, os cortes também podem estar relacionados aos investimentos da Gigante de Redmond em IA. Vale lembrar que recentemente o CEO da empresa, Satya Nadella, disse que cerca de 30% do código da empresa já é programado por inteligência artificial.
“A questão não é uma demissão por maus resultados, a empresa se sustentou bem e apresentou aumento, porém, precisamos analisar os investimentos e a IA. A Microsoft precisa ficar ainda mais enxuta para dobrar, para triplicar essa aposta justamente em inteligência artificial. A IA tem gerado valor para a empresa, e faz sentido enxugar a operação para ter mais capital disponível para acelerar o negócio.
Arthur Igreja também relembra cortes de investimentos em outras áreas no passado. “É uma mudança estrutural, assim como aconteceu no passado, quando reduziram os investimentos em computação, de realidade aumentada e computação espacial, e agora todo o capital flui para cloud e para a IA. Essa demissão tem a ver com produtividade, com IA e com um reposicionamento interno de prioridades”, comentou ao Canaltech.
Com relação às demissões no Brasil, a analista de pesquisadora de mercado da TGT ISG, Cristiane Tarricone, explica que a mudança no comando da divisão nacional da empresa, com nova CEO desde dezembro do ano passado, também tenha impacto na organização local dos cargos:
“Embora não tenhamos o detalhamento dos impactos em números locais, apenas relatos de funcionários brasileiros afetados, é importante considerar que a operação da Microsoft no país está sob a liderança de uma nova CEO. Espera-se que ela imprima sua própria visão para a organização local, o que inclui o reposicionamento e a avaliação do desempenho da equipe de liderança, especialmente no início de um novo ciclo fiscal”, afirma.
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